Canela,

28 de março de 2024

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Kaingangs voltam a se instalar na Floresta do Ibama

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Em 2015, Zílio liderava a ocupação da área. Foto: Francisco Rocha

Novamente, índios Kaingangs ocupam parte do Parque da Floresta Nacional de Canela, antigo parque do Ibama. São cerca de 30 pessoas, que estão na área desde a manhã da última segunda, 16, reivindicando pacificamente a posse da terra.

Conforme Daniel Ribeiro, um dos líderes da ocupação, em outra invasão, ficou definido que seria realizado estudo antropológico para avaliar a presença de vestígios indígenas na área, o que ainda não ocorreu. Os indígenas argumentam que antepassados já moraram na região.

Com 557 hectares, a Floresta Nacional de Canela é uma Unidade de Conservação da Natureza de Uso Sustentável, que serve para pesquisa científica, educação ambiental e o uso público.

Casas foram construídas no local para abrigar pesquisadores, mas hoje estão desocupadas. Os indígenas estão utilizando um desses imóveis temporariamente. De acordo com Ribeiro, eles querem ficar em uma área de 100 hectares de mata nativa.

O analista ambiental Antonio Cesar Caetano, que atua no Instituto Chico Mendes, afirma que o setor jurídico já foi avisado da ocupação e tomará as providências necessárias.

A Procuradoria da República em Caxias, que é responsável também por Canela, diz que já foi informada sobre a nova ocupação, mas não repassou informações sobre quais medidas serão tomadas.

 

Com informações do portal GauchaZH, link original aqui: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2018/07/indigenas-ocupam-area-de-floresta-na-serra-cjjonlr9k005t01o4zp5x75yu.html

 

Em 2015, os índios já tinham invadido a área. É a terceira vez que famílias Kaingang (2205 e 2009), ao longo dos últimos dez anos, ocupam aquele território. Eles reivindicam – junto à Funai, Ministério da Justiça e Ministério Público Federal – a realização de estudos circunstanciados de identificação e delimitação da área, pois é considerada por eles como sendo de seus antepassados.

As famílias Kaingang são coordenadas por irmãos, filhos, netos e sobrinhos do Kujã – Líder Religioso – Zílio Kaingang, falecido no ano passado. As lideranças afirmam que seu Zilio morreu triste por não ter conseguido, apesar de toda a luta desencadeada ao longo de décadas, viver em paz sobre sua terra tradicional.  O Kujã, no período em que se encontrava doente, vítima de um câncer, dizia aos parentes que sonhava com a terra e que nela desejava ter vivido e criado seus filhos e netos.

Um longo processo judicial se arrasta há anos, para determinar a posse da terra.

Ocupação em 2015, Zílio liderava indíginas. Foto: Arquivo/Francisco Rocha