Canela,

22 de abril de 2024

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Chico

360 GRAUS

Francisco Rocha

360 Graus por Francisco Rocha – Edição 281

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Matem o mensageiro
Volta e meia um vereador, do alto do seu Diploma Eleitoral e do cargo de “representante do povo”, utiliza da tribuna da Câmara de Vereadores para falar mal da imprensa. Muitas vezes, a crítica é dirigida a este colunista que vos escreve.
Não ligo, começarei a me preocupar quando isso não acontecer, aí deverei estar fazendo algo de errado.
Desde que o mundo é mundo, dar más notícias não é bom negócio. Não resolve nada cortar a cabeça do mensageiro, mas parece que os destinatários das más notícias têm opinião diversa, principalmente quando são membros de algum Poder e a mensagem anuncia algo que ameaça.
Hoje, há quem gostaria de fazer o mesmo com os jornalistas.
Aliás, o poder não gosta da imprensa – apenas é forçado a conviver com ela. Cinicamente, se necessário. E já dizia aquela célebre frase de Willian Hearst, “notícia é o que alguém, em algum lugar, não quer publicada, todo o resto é publicidade”.
Aí vem os caras; “a imprensa isso, a imprensa aquilo” é vendida, golpista ou desinformada… A imprensa erra, senhores, até porque não somos perfeitos, mas prefiro, mil vezes, os erros e falhas da imprensa, do que o silêncio de alguns setores da sociedade e o perfil teatral da política, esquecendo-se de que a melhor maneira de gostar de uma cidade não é omitindo seus problemas e suas mazelas, mas expondo-as e exigindo soluções das autoridades.
E a imprensa, com toda a certeza, vai ser necessária, para que isso tenha repercussão. A imprensa serve a todos, até mesmo a quem precisa muito de um culpado pelo próprio fiasco.

Empregado
(representante) do povo
Entra ano e sai ano, tenho que escrever isso: político com mandato não é patrão, é empregado! A Constituição é clara: “O poder emana do POVO, em em seu nome é exercido”. O Povo não é empregado, é PATRÃO!
Como nossos representantes e empregados, vereadores, vices, prefeitos, deputados, senadores e presidentes, devem ouvir e fazer o que o povo quer. Simples né?
Chamar a comunidade de burra na Tribuna da Câmara pode…
Agora me diga você que é patrão, o que faria se seu empregado lhe chamasse de burro?
E você, que é empregado de uma empresa, o que lhe aconteceria se chamasse seu patrão de burro?
Não quer considerar minha opinião de jornalista, tudo bem! Mas antes de ser jornalista, sou cidadão que contribuo com impostos dos mais diversos que se pagam neste país. Depois, sou empresário, gerador de impostos, de emprego e de renda.
Agora, se a a Câmara não consegue fazer ser ouvida pela comunidade, se a população perdeu o interesse pelo que se debate na Casa Legislativa, não prestigia as sessões e não dá muita bola para as audiências públicas, o problema não está na comunidade.
A Câmara não deve estar fazendo um trabalho tão notável assim. Ah, em tempo, se não estou sendo claro, segundo o dicionário: Notável: adjetivo de dois gêneros. 1. digno de nota, de atenção. 2. que pode ser percebido; apreciável, sensível.

Visita do prefeito à redação
Por outro lado, vale registrar a visita do Prefeito Constantino à redação da Folha, na manhã da última terça, aliás, a primeira visita de Constantino à nossa redação desde que o jornal foi criado.
Ele, o secretário de Governo, Vilmar Santos, e o secretário da Fazenda, Luciano Melo, estiveram batendo um papo sobre diversos assuntos, entre eles o aumento (atualização, para a Prefeitura) da planta de valores, o projeto Canela do Futuro e a Rota Panorâmica.
A matéria está lá no começo do jornal, mas preciso deixar aqui algumas impressões da conversa.
Orsolin parace mais maduro, sabe bem onde quer chegar e domina os assuntos sem dar “bola na trave”, muito diferente da sua primeira passagem pela Prefeitura.
Ele sabe a importância da Rota Panorâmica para a região e parece disposto a deixar esse legado durante a sua administração.
Eu, como já disse várias vezes neste espaço, acredito que o asfaltamento da ligação de Canela a Três Coroas via zona rural é ainda mais importante que o aeroporto das Hortênsias.
Esperamos que consigamos retomar essa obra. A votação desta demanda para entrar no orçamento federal acontece na próxima terça-feira.

Aumento do pedágio
Primeiro, vale ressaltar o seguinte, não adianta gritar contra o aumento do pedágio e aprovar aumento no IPTU. Apenas para registrar, tem que ter coerência no discurso.
Agora, o modelo estabelecido pela EGR para definir o percentual de aumento dos pedágios descartou a participação popular. Nenhum conselho criado para integrar o grupo de discussão sobre as prioridades regionais teve interferência. Foi determinado um aumento de 34,6% por nove integrantes de secretarias estaduais, simples assim.
A EGR perdeu sua razão de existir.
Quando eu falava que a população ainda ia sentir falta dos pedágios terceirizados, aqui na região era a Brita Rodovias, alguns me xingaram.
Os conselhos comunitários perderam força. Aos poucos, a estatal se afastou dos debates com os grupos regionais. A cada movimento do Piratini, há uma aproximação para o retorno do modelo de pedágios privados. Inclusive o governador deixou essa possibilidade em aberto.
O Governo não tem competência para gerir, é simples assim.

Aumentos nos tributos
Agora, vale o registro, tanto para o aumento do pedágio quanto ao aumento que vamos sofrer no IPTU: se o poder público não tem dinheiro para cumprir com suas obrigações, o mesmo ocorre com a população.
É legítimo a Prefeitura atualizar a planta de valores. Um estudo foi feito neste sentido e o executivo está trabalhando.
Na EGR é ao contrário, primeiro a definição da tarifa, para depois a promessa de investimentos e de obras.
E mais: a Prefeitura está matando no peito esse assunto, mesmo com o descontentamento da população.
O que não pode é os vereadores simplesmente dizerem que o projeto é da Prefeitura e que devem cobrar do prefeito. Se não estão ali para discutir e votar de acordo com o que a população pensa, melhor pegar o boné e ir embora…
No más, se não gostou, adoça…

Incomodados que se…
Sempre tem alguém para ir contra algo que foi feito de positivo. Para se agarrar à uma árvore na Praça, uma moita no Parque do Palácio ou querer que a cidade fique do mesmo jeito que era em 1986.
Não dá gente, não dá. Tem muito peru de fora piando em Canela e a gente deixando. Esse lance de se incomodar com a iluminação da Catedral é um exemplo, A cidade está bonita, aquilo é uma baita atração e ponto.
Somos parte de um polo turístico, quer mais sossego que temos aqui, melhor optar por outra cidade. Se escolheu vir para cá, pela beleza da cidade e por tudo que os canelenses tem feito por ela ao longo dos anos, que bom. Deixe que a cidade continue crescendo e se desenvolvendo.
Saco isso…

Zona eleitoral de Canela
Um dos assuntos adiantados pelo prefeito Constantino em sua visita à nossa redação é a manutenção da zona eleitoral de Canela. Com isso, Gramado passa a ter um posto eleitoral, vinculado à Canela.
A escolha pelo TSE já está feita e deve ser ratificada pelo TRE-RS nesta semana.
Uma grande conquista, afinal, não me lembro quando que Canela havia sido escolhida para sediar um serviço público regional nos últimos anos. Em geral, ia tudo para Gramado.

Fechamento de empresas
Com não existe mais posto do Sebrae na região, Canela e Gramado vem sendo atendidas por Caxias do Sul. Se você é microempresário, teve ter recebido a visita de uma estagiária da UCS, realizando um trabalho em parceria com o Sebrae.
Ela esteve aqui na Folha e, papo vem, papo vai, me falou que cerca de 80% das empresas abertas em Canela e Gramado desde 2012 já fecharam. Os dados não são oficiais, claro, era uma constatação da entrevistadora, mas são interessantes.
Isso mostra a dificuldade de se manter uma empresa neste país e a falta de apoio que os empreendedores recebem.
Por isso que digo e repito, quem está aí, de portas abertas, gerando emprego e renda, deveria ser tratado com mais respeito por algumas autoridades.