Canela,

29 de março de 2024

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Chico

360 GRAUS

Francisco Rocha

360Graus por Francisco Rocha: Cessões de áreas públicas

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Apareceram > Milagrosamente, e tradicionalmente, começam a aparecer as emendas parlamentares e deputados estaduais e federais começam a aparecer em fotos, junto com seus cabos eleitorais locais, para beliscar uma fatia do eleitorado de Canela.
Toda eleição é a mesma coisa.
Minha modesta opinião é a de que não devemos reeleger ninguém. Precisamos pensar, pesquisar, conhecer os candidatos.
Está na nossa mão a renovação de que o país precisa e ele passa pela eleição deste ano.
Sendo assim, tente lembrar quantas vezes você viu esses candidatos em Canela, ou fazendo algo por Canela.

“Aborrescência” > Eu costumo chamar a fase da adolescência de “aborrescência”. Posso falar, pois tive dois meninos que passaram por essa fase e agora aguardo os outros entrarem nela.
É aquela fase chata, que o piá cria uns pelos pubianos, acha que é gente grande mas não sabe o que vai ser da vida…
Canela parece estar na sua fase da aborrescência… Não se decide, não sabe se vai ou se fica.
Quer ser polo turístico, aumentar a movimentação e a economia, mas não quer perder a identidade de cidade do interior.
Quer ter grandes atrações, mas não abre mão de determinadas áreas e não quer atrair investimentos de fora.
Assim como todo adolescente, temos que ter paciência com essa cidade viu.

Órgãos inúteis > Você sabia que existem pelo menos 13 órgãos ou partes do corpo humano que ainda existem que não servem para praticamente nada?
Exemplos mais conhecidos são o apêndice e os dentes sisos. Você só lembra que eles existem e estão ali quando doem.
Tanto o apêndice quanto os sisos já foram muito necessários. Os dentes eram usados quando os humanos se alimentavam de carnes e ossos duros, ele permitiam que pudéssemos mastigar adequadamente esses alimentos.
Já o apêndice servia para digerir a celulose, em outra época, que a humanidade se alimentava de muitos vegetais.
Fora do corpo humano, existem outros órgãos que foram projetados para ter função importante, mas que com a involução da sociedade, são praticamente obsoletos e a gente lembra deles apenas quando doem.
Um destes órgãos é o poder legislativo. Ao nível federal e estadual, está infectado pela bactéria da corrupção, tem pouca utilidade para o povo e se fosse arrancado, tal qual um apêndice, pouca falta faria, nos dias de hoje.
Ao nível municipal, o legislativo até pode ter mais utilidade, mas insiste em parecer não ter nenhuma, é quase um mamilo masculino, está ali, você vê de vez em quando e com a evolução, tende a desaparecer.
Isso porque o Legislativo Municipal quer ter a importância de segundo poder, mas não consegue ser nem mesmo independente dos partidos políticos.
Os vereadores votam junto com “os ideais” ou arranjos políticos, esquecendo do interesse da comunidade como um todo.
Outros, pensam apenas no seu mandato, forçando a “rodela do skate”, ficando uns tremendos chatos, querendo aparecer a qualquer custo.
Diferente dos órgãos do corpo humano, os legislativos podem se reinventar, ter novamente uma função que realmente ajudem a comunidade, basta eles quererem, mas não é o que temos vendo.

Cessões de áreas públicas I > Ao longo destes 20 anos de jornalismo, entendi que cada qual quer puxar a brasa para o seu assado. É sempre o mesmo filme. Quando o prefeito Vellinho Pinto quis dar concessão de uso de uma área no Parque do Caracol para instalação do Observatório Ecológico, teve gente contra.
Alguns por ser da oposição, pura e simplesmente. Outros por ideologias estranhas, tipo: um negócio de ferro no meio do parque fere a ecologia, e… outros por serem simplesmente do contra.
Quando o Cléo iniciou o processo de cedência da área do trem, a mesma coisa.
Surgiu gente reclamando de tudo quanto é coisa e teve vereador que até sentou em cima do projeto, para complicar mesmo. Agora, está lá o observatório do Caracol, voltando para o Município, ninguém morreu, o Parque em nada perdeu, pelo contrário, ganhou um atrativo.
Com o avanço da obra de revitalização da estação ferroviária, a maioria se obriga a dizer que será um marco para o centro de Canela. Mas, e sempre tem um mas em tudo, ou, por outro lado, como dizia o Marcão Viezzer, agora tem gente reclamando da cedência do Parque do Pinheiro Grosso e do Parque do Palácio.

Cessões de áreas públicas II > O Parque do Pinheiro Grosso passa mais fechado do que aberto. Está lá uma estrutura que poderia ser explorada e não é. Primeiro porque o poder público é incompetente para isso, segundo porque não é prioridade para o poder público gerir essas atrações turísticas. Aí, acaba gerando custo e o serviço, quase sempre, é ruim.
O Parque do Palácio está lá, parado, passa mais fechado que aberto, é frequentado mais por uma “turma alternativa” que utiliza drogas ilícitas para meios “recreativos”, do que pela comunidade.
Aí vem uma turma falar em preservação. Quando o poder público não consegue nem mesmo deter as invasões de área verde em Canela.
Quer um exemplo que deu certo?
As Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu. Pioneiro na política de concessões, o Parque Nacional do Iguaçu emprega 700 funcionários diretos e tem seis empresas atuando em seu interior, oferecendo serviços como cobrança de ingressos, transporte, alimentação, hotel, ambulatório médico e estacionamento. Hoje o parque, que trabalha com a iniciativa privada desde 1999, é modelo para a nova política de concessões anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente, que deve atingir outras 25 unidades.
Em Canela mesmo, temos o exemplos dos Bondinhos Aéreos.
Nós, município de Canela, um “aborrecente” chato, temos que decidir se queremos continuar brincando de turismo ou crescer e nos tornarmos o que todos dizem que temos capacidade e potencial, uma grande e próspera cidade turística.
Mas, como disse um novo amigo, ontem no almoço, é preciso também responsabilizar os pais pelos adolescentes chatos, afinal, educação vem de casa.