Canela,

18 de abril de 2024

Anuncie

Prefeitura retira projeto de cedência do Parque do Palácio

Compartilhe:

Hoje à noite, o prefeito Constantino Orsolin retirou o projeto de lei para autorização da cedência do Parque do Palácio à iniciativa privada.

Na carta, Orsolin diz que a decisão é para preservar a pacificação da cidade e abre prazo de 120 dias para os defensores da manutenção do Parque como esta apresentem proposta de manejo autosustentável da área.

Confira a íntegra da carta aos cidadãos canelenses.

 

CARTA ABERTA A POPULAÇÃO CANELENSE

Constantino Orsolin – Prefeito Municipal de Canela

“Ao assumirmos o Governo Municipal, em Janeiro de 2017, nosso maior propósito foi o de “pacificar” a cidade e foi no que passamos a trabalhar arduamente. Convidamos pessoas e partidos a fazer parte deste grande projeto de pacificação e de transformação de nossa cidade, independentemente das ideologias. Canela está vivendo novos tempos, isso é flagrante, é só circularmos pela cidade; estamos atraindo olhares e investimentos, e tudo graças ao empenho deste grande grupo que faz parte da administração e das pessoas que acreditam em nosso trabalho, na nossa seriedade e que se juntaram ao nosso desafio.

Entretanto, e contrário aos nossos propósitos, temos visto e presenciado um recente movimento na comunidade, e por parte de alguns, os quais têm se posicionando de forma contrária ao nosso projeto de cedência de parte da área do Parque do Palácio. E estas manifestações estão, por vezes, ultrapassando o limite do tolerável e do razoável. E quando a razão começa a ser deixada para um segundo plano, e as pessoas começam a agir somente pela paixão momentânea, as coisas tendem a fugir um pouco ao controle e assim gerar o conflito, o que não podemos aceitar, já que contrário ao intuito da pacificação.

Estamos atentos às manifestações que, mesmo tendo partido de uma minoria, têm surgido em torno do Projeto de Lei que está na Câmara e que autoriza o Município a ceder, para a iniciativa privada, parte da área do Parque do Palácio para a instalação do nosso Centro de Convenções e Congressos. Vimos estas manifestações como legítimas. Faz parte da democracia a liberdade de manifestação e expressão de idéias e ideais, e como tal não podemos deixar, também nesse caso, que um projeto de governo venha a ser motivo de ruptura ou mesmo de prejuízo para o projeto maior que é o de pacificação da cidade, que tão importante é para os rumos e futuro de Canela.

Assim, hoje estamos adotando uma postura respaldada por nossos ideais de pacificação. Não podemos abandonar esta razão maior e assim contrariar nossos especiais propósitos. Não entendemos prudente colocar em risco a pacificação da cidade, esta união de esforços em nome de um outro projeto, quando mais que este pode ser construído, debatido e levado a efeito também por esta mesma convergência de idéias e propósitos.

Informo, assim, que, neste momento, estamos retirando da Câmara Municipal o Projeto de Lei que trata da concessão, ou da cedência, de parte da área do Parque do Palácio para instalação do Centro de Eventos, pois vimos neste momento, e por esta iniciativa popular, uma oportunidade única de valorizarmos e proporcionarmos o debate e as idéias em benefício de Canela, evitando fomentar ainda mais o nocivo embate que vem ocorrendo.

E nisso, destacamos que alguns de nossos servidores e secretários têm sido alvo de uma  fúria injustificada de atos e palavras como se deles fosse a responsabilidade por este projeto. Já foram vistos e presenciados atos injustificados de violência contra servidores e o patrimônio pessoal destes. Quando as coisas chegam neste ponto, numa cidade ordeira e pacífica como Canela, acende-se o sinal de alerta.

 

Ora o Projeto é da comunidade! O projeto é de Canela! O Projeto fez parte do nosso plano de governo e foi aceito pela maioria da população, conforme o resultado das urnas, pelo que faz parte de nosso compromisso de retomada do crescimento econômico e da geração de emprego e renda, como muito vem sendo requerido e esperado por uma considerável parcela de nossa população, principalmente entre os jovens.

Não é de se admitir que os líderes deste movimento, em sua grande maioria de fora da cidade – e estão todos identificados, pessoas estas sem envolvimento com as questões de ordem econômica e social local, pois até mesmo movimentos ambientais e figuras políticas de pouca ou nenhuma expressão, de cidades vizinhas estão sendo utilizados como fachada para manter Canela no limbo, na contramão do progresso e, porque não, na estagnação e até mesmo no retrocesso, venham a se colocar como se defensores de nossos interesses fossem… Será que Canela não tem lideranças com capacidade intelectual de enfrentar esta situação de acordo com os interesses da comunidade? Precisam convocar, e se valer, de pessoas sem afinidade alguma com a cidade para defender o que “nós” queremos? Será que sabem o que é bom para Canela, e nós não? Isto é lamentável.

Lamentável ainda mais quando vimos figuras já não tão influentes buscando seu minuto de fama, por puro oportunismo.

Como é difícil, e triste, ter que ver, ler e ouvir manifestações na mídia e nas redes sociais de pessoas sem a mínima identidade com Canela, as quais enxergam Canela exatamente como aquela singela e promissora cidade dos idos dos anos 60 e 70, como se o próprio tempo tivesse parado naquele saudosismo de outrora; como se as pessoas que aqui hoje vivem não tenham suas necessidades de emprego e renda, pois atual e aproximadamente 7.000 – pessoas que aqui residem e trabalham em cidades vizinhas, ou seja, deixam em outras cidades as riquezas que aqui poderiam estar gerando. Queremos mudar esta realidade, e para ontem…

Não podemos deixar de considerar que esta parcela significativa de nossos moradores, que produzem renda para outras cidades, continuam a residir em Canela, têm seus filhos na rede pública municipal; necessitam das creches municipais e dos servidores públicos locais; utilizam o saneamento básico de Canela; exigem boas condições das vias públicas, ruas e avenidas, querem asfalto chegando até a porta de suas casas; precisam de uma iluminação pública eficiente e, principalmente, utilizam a rede pública de saúde do município e tudo isso a um alto custo, que somente pode ser suportado através dos investimentos da iniciativa privada, o que estamos continuamente a buscar.

E justamente estes investimentos é que nos permitem trabalhar para uma condição melhor de vida e moradia para nossos cidadãos. Canela quer turismo, quer investimentos, quer emprego, quer educação e saúde e quer, também, condições dignas de vida e moradia.

Mas queremos, unido a isso tudo, uma cidade pacífica e ordeira. Não abrimos mão de uma Canela pacificada.

Por isso, estamos agora abrindo o espaço e dando a oportunidade para que os defensores do Parque do Palácio, para que estas lideranças e estes jovens, NUM PRAZO DE 120 DIASnos apresentem um projeto, uma alternativa concreta de sustentabilidade para aquela área, VINCULADA A INSTALAÇÃO DO CENTRO DE CONVENÇÕES E CONGRESSOS, tal qual como o compromisso que o Estado do Rio Grande do Sul nos impôs e claro, sem custos ao Município, como estávamos a pensar e propor.

Que bom que, aliados a estes jovens que com tanto ardor e amor defendem o Parque do Palácio, existem também empreendedores, empresários, políticos de visão, pessoas cultas e inteligentes que por certo saberão conduzir um processo, eficiente e rápido, de alternativa para aquela área, para que assim não corramos o risco de perder a administração do Parque do Palácio e para que a mesma se torne auto sustentável, assim oferecendo ao Município de Canela um Centro de Convenções e Congressos, digno de nossa cidade e de nosso povo.

Por acreditar que a pacificação é a grande coluna vertebral para o desenvolvimento sustentável de Canela, retiro o PL n° 47/2018 em prol da MÃE CANELA, pois ela está acima de todos nós.

Recuar nem sempre é um ato de covardia. Nesse caso é um ato de grandeza, de nobreza, de dignidade e de superação, para manter CANELA PACIFICADA”.