Canela,

13 de maio de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Barragem das Laranjeiras é solução para impasse na construção de usina no Rio Paranhana

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Assista o comentário do jornalista Francisco Rocha

Surge uma nova possibilidade para a construção de uma CGH, uma pequena central de geração de energia hidrelétrica, no Rio Paranhana, vem causando polêmica e impasses na Região.

A utilização da Barragem das Laranjeiras

Entenda o caso

Na última sexta (8), à tarde, representantes da empresa que pretende implantar a CGH estiveram reunidos com autoridades e interessados no assunto, de Canela e cidades do Vale do Paranhana.

A Prefeitura de Três Coroas repudia o projeto, alega grande impacto ambiental e ainda que prejudicaria seus esportes radicais, como o rafting e a canoagem.

O projeto atual fica localizado a menos de 500 metros da divisa entre Canela e Três Coroas.

O empreendedor afirma que a construção da usina, que prevê uma barragem no rio, além do alagamento de uma área de cerca de 8.000 m², não vai prejudicar o rafting, propondo a construção de uma pista natural, que desviaria botes e canos pelo lado da barragem, em um trecho de 250 metros, até o curso normal do rio.

Mesmo assim, o impasse segue. Profissionais do rafting afirmam que a solução não é boa e engrossam os protestos de autoridades de Três Coroas e Igrejinha, agora, acompanhados até mesmo de vereadores canelenses.

Existe ainda o problema de uma permuta de áreas, entre a Prefeitura e um proprietário particular, cerca de 3 hectares, que ficariam alagados. Esta troca de áreas precisa aprovação da Câmara de Vereadores de Canela, o projeto de Lei 08/2019.

O empreendimento

Nossa reportagem falou, na última sexta (8), com o engenheiro Camille Nassar, da CGH Espírito Santo, responsável pelo projeto.

Nassar explicou que a vontade inicial do empreendedor era explorar a Barragem das Laranjeiras, mas como, há mais de um ano, não existia esta possibilidade, a empresa buscou outras alternativas e a melhor foi este projeto agora apresentado, o qual garante que não vai inviabilizar o rafting.

A solução

Na mesma conversa, Camille disse a este colunista que a empresa recebeu, também na sexta (8), a informação que os motivos que impediam a exploração de Laranjeiras não existem mais. Perguntado se a empresa se interessaria em utilizar o local, ao invés de construir uma nova barragem, ele afirmou que este era o objetivo inicial da empresa, que esta alternativa interessa muito ao empreendedor e que ainda há tempo de mudar o projeto.

Barragem das Laranjeiras em 2013

Como seria

Com a utilização da Barragem de Laranjeiras, de propriedade do Governo do Estado, hoje abandonada, duas turbinas seriam instaladas no vertedouro do barramento, o que não alteraria em nada o curso hoje existente do Rio. Apenas, as atividades esportivas iniciariam cerca de 50 metros a baixo da barragem, por questão de segurança.

Este seria um grande negócio para todos os envolvidos, uma vez que o Rio Paranhana não sofreria uma intervenção em seu custo, preservando o meio ambiente e as atividades aquáticas. Já o Município de Canela receberia da mesma forma os tributos sobre a geração de energia e o empreendedor teria menos custo para implantar a CGH.

Como bônus, a Barragem de Laranjeiras, que hoje está abandonada, teria seus equipamentos consertados e receberia manutenção regular, afastando o risco de rompimento que tanto preocupa a comunidade do Paranhana.

O que seria necessário

Para que tudo isso seja viabilizado, é necessário negociar a cedência da Barragem de Laranjeiras, do Governo do Estado ao Município de Canela, como já aconteceu outras vezes.