Canela,

21 de abril de 2024

Anuncie

De Prosa e Verso por Fabiano Hanel: Getúlio, o ‘Petiço de São Borja’

Compartilhe:

Getúlio Dornelles Vargas (19/04/1882-24/08/1954) nasceu em São Borja. Ingressou na política em 1909 como deputado estadual pelo Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). Em 1922 a 1926 cumpriu o mandato de deputado federal. Em 1928, foi eleito governador do Rio Grande do Sul.

Na Revolução de 1930 foi um dos líderes que derrubou o governo do então presidente Washington Luís, para o qual Getúlio ocupou anos antes o cargo de Ministro da Fazenda. A Revolução de 1930 rompeu com a política do “Café com leite”, da República Velha onde ora um presidente era mineiro, ora era paulista.

Foi presidente por 15 anos seguintes, adotando uma política nacionalista e um modelo de estado forte e centralizador. Ficou conhecido como o “Pai dos Podres” pois suas reformas, discursos e propagandas lhe trouxeram um caráter “populista”. Ele focava seu governo no nacionalismo, com forte apelo populista. A economia do Governo Vargas, assim como a política, era centralizada e fortemente antiliberal.

 Em 1934 promulga uma nova Constituição. Em 1937 fecha o Congresso, prescreve todos os partidos, outorga uma Constituição, instala o Estado Novo e governa com poderes ditatoriais. Na área trabalhista cria a Justiça do Trabalho (1939), o Ministério da Justiça e o salário mínimo (1940), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, 1943), a carteira profissional, a semana de 48 horas de trabalho e as férias remuneradas. Na área estatal cria as companhias: Siderúrgica Nacional (1940), Vale do Rio Doce (1942), Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945) e entidades como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1938).

Foi derrubado pelos militares em 1945, voltando à Presidência em 1950, eleito pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em seu último mandato, cria a Petrobrás e a Eletrobrás.

 O envolvimento do chefe de sua guarda pessoal no atentado contra o jornalista Carlos Lacerda leva as Forças Armadas a exigir sua renúncia no último ano do mandato. Getúlio suicida-se com um tiro no peito, em meio à crise política, na madrugada de 24 de agosto de 1954 dentro do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil; sua morte causou grande comoção nacional, não permitindo a ascensão dos militares ao poder e desestabilizando seus inimigos políticos.

Getúlio foi sem dúvida um dos políticos brasileiros mais controversos da história, amado por muitos, odiado por outros, sem dúvida trouxe instabilidade política, reformas trabalhistas, a criação de estatais e centralização política. Seus métodos para se manter no poder foram questionados e pouco convencionais.

Mesmo com todo o seu lado ditatorial contradizendo seu perfil populista, Vargas foi um dos presidentes que mais investiu na infraestrutura e no trabalhador brasileiro. Sua atuação deixou marcas que duram até hoje.