Esquerda e direita descrevem, na política, cada uma, posições autoritárias. A liberdade não possui relação horizontal com o autoritarismo. Eu pertenço a um grupo de pessoas que defende o livre arbítrio, como também faço parte de uma profissão que preza pela liberdade, principalmente a de expressão.
Engraçado como os defensores de posições políticas acreditam que a imprensa tem a obrigação de proliferar suas ideias e, se algum veículo não concorda, vira alvo de críticas na internet.
Eu mesmo, sou considerado assim pelos partidos políticos. O MDB, por exemplo, acredita que sou PDT e não gosto deles. Inclusive, o investimento da administração municipal na Folha é o menor entre os veículos da região e essa foi a justificativa que recebi de pessoas de dentro da Prefeitura.
Já o pessoal do PDT acha que eu sou PP, pelo fato de ter alguns amigos nesta sigla. E o pessoal do PP, jura que eu sou PDT, afinal, trabalhei no governo Vellinho.
Eu já fiz até terapia, para entender porque nenhum partido político de Canela gosta de mim (mas acabei dormindo no divã).
Recentemente foi a turma do PSL de Canela que me rotulou de esquerdista, como se ninguém pudesse ter uma posição mais à direita sem ser filiado à sigla, ter um adesivo do 17 no vidro do carro ou usar expressões como “tropa” e “soldado” sem nunca ter sido militar. Pior, ameaçando como se só eles fossem “machos” ou têm “pólvora” (nossa, #medo).
Aí você percebe que até mesmo aqueles que querem se lançar como novidade acabam fazendo a tal de “velha política” e chega a conclusão de que os partidos são apenas uma reverberação das pessoas que os compõem.
É desanimador ver esse quadro, ainda mais com um novo ano de eleição se aproximando e pessoas já falando como candidatas. Mas, pelo menos estamos criando uma sociedade mais crítica, menos presos a rótulos e mais afeita a boas ideias. Quem sabe um dia, a classe política em geral mude, mas não vai ser hoje, nem amanhã, ainda vai levar um tempo.
