Canela,

17 de abril de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Eu sou um chato

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Eu adoro Oswaldo Montenegro, faz parte de meu jeito eclético de ver a música. Em uma de suas obras, Montenegro afirma que mais que o “pecado original” apregoado pela religião, existe sim o Ridículo Original e estou eu aqui, tomando um café forte e escrevendo uma coluna ao som desta música com o título “O Chato”.

Mas a questão aqui não é ser chato, é ser ridículo. Tem gente que não se contenta em apenas ser chato ou ridículo, tem que ser os dois.

O fato da última quarta (26), à noite, depois da sessão da Câmara de Vereadores, ilustra bem este raciocínio. Um local público, abrigando pelo menos seis servidores públicos (fora os bicões que não são, mas estavam lá, fazendo sei lá o que), tudo isso mantido com dinheiro público, homens que ocupam altos e baixos cargos remunerados, numa explosão de testosterona, disputando quem tem mais razão. Mas, veja bem: cada qual com sua razão.

E não há outra palavra para descrever a cena: ridículo! A agressão presenciada naquele ato não é física, é abstrata. Ela fere o bom senso, a inteligência e até mesmo aquilo que tais senhores juravam defender: a razão.

O que torna funcionários públicos, pessoas esclarecidas, em macacos de circo?

Pode a política estar tão encruada nestas mentes ao ponto de não perceber que, no fim, todos perdem a razão, até mesmo as razões de cada um?

Aí, abordo um fato como este do único ponto de vista possível, me chamam de chato e acham que é pessoal, quando na verdade é totalmente alheio, vergonha alheia.

Mas, tudo bem, pois como diz Oswaldo, “eu sou um chato, meu Deus não me aguento, só me tacando no mar”…