Tudo muito devagar, é assim que tem sido todos os atos que realmente poderiam trazer um alento à quem vive neste país. Mas boa parte da comunidade briga por política e aplaude quem está perdido ou se fazendo de perdido nesta situação.
Por favor, não aplauda o político, cobre dele, ele recebe (ele continua recebendo viu), justamente para isso.
Liberaram os R$ 600,00, mas vão demorar para cair na conta do brasileiro. Liberaram o FGTS, R$ 1.045, mas os primeiros saques só serão permitidos a partir de 15 de junho.
Na hora de fechar tudo, aí sim o governo é rápido.
A cloroquina, continua em estudo. A utilização do plasma de quem se curou também.
Ninguém sabe fixar um prazo para o tal do “pico” da epidemia, nem mesmo dizer quando o sistema de saúde estará pronto para receber as pessoas infectadas pelo coronavírus.
Os governos federais e estaduais jogam para a torcida e os municipais tentam não tomar nenhuma atitude que possa acarretar em prejuízos políticos.
Enquanto isso, as notícias de demissões seguem em centenas nas cidades de Canela e Gramado. Canela, vale lembrar, não teve nenhum caso confirmado de Covid-19. Gramado, por sua vez, registrou dois casos importados e nem mesmo as pessoas que tiveram contato com estes doentes foram atestadas positivas para coronavírus.
Enquanto isso, seguimos trancados e impedidos de trabalhar, com medo de um inimigo que ninguém sabe quando vai chegar.
O dia de hoje já mostrou empresas que não pagaram os salários integrais, ou que não puderam pagar.
O horizonte próximo mostra que vai faltar dinheiro até mesmo para a folha do funcionário público e nós seguimos assistindo um governo lento e covarde e, quando tem alguma energia, é gasta para brigas ideológicas, que prejudicam ainda mais a população.
O socorro ao pequeno e microempresário ainda não veio e muitas famílias já estão vendo a fome bater em sua porta.
E não pensem que, porque sou jornalista, vou sair por aí lacrando com frases como “Fique bem, fique em casa”, ou, “vai passar e vamos nos ver lá na frente”.
Quem tem compromisso e responsabilidade social (e pode ser uma surpresa para muita gente, mas quem gera emprego e riqueza neste país é a iniciativa privada, o governo só pega parte disso em forma de imposto), e gerar emprego é responsabilidade social, tem pressa. Quem tem contas a pagar e uma família para sustentar, tem pressa.
Em Canela, por exemplo, nada vai ser mexido no decreto municipal, acho que Constantino encheu o saco deste abre e fecha. Em Gramado e Nova Petrópolis, flexibilizou um pouco, mas nada significativo, que de um alento a quem precisa produzir.
Até mesmo o secretário-executivo da Saúde, João Gabbardo dos Reis, voltou a dizer que é preciso ter pelos menos 50% da população em contato com o vírus e que o isolamento não pode ser de todos ao mesmo tempo.
Existem outras evidências científicas e outras mentes pensantes que mostram que o tal “para com tudo” não é a melhor solução.
Mas, você, caro leitor, deve sempre desconfiar, afinal, alguém está sempre lucrando com algo. Pode ter certeza que nenhum político de alto escalão vai abrir mão de seus salários ou fundo eleitoral. Fazem graça com o chapéu dos outros.
Precisamos voltar sim a trabalhar e, novamente, não venha lacrando com o famoso questionamento “vida x economia”, a questão é bem mais complexa que esta e, quem deveria dar as cartas está ganhando tempo para ver se encontra uma receita pronta para resolver o problema.
Vamos nos cuidar sim, vamos proteger os grupos de risco sim, mas vamos voltar a trabalhar, hoje. Não sei de onde tiraram que trabalhar mata alguém.
E para finalizar, vale lembrar a frase de Walter Lippman: quando todos pensam igual é porque ninguém está pensando!
