Canela,

11 de maio de 2024

Anuncie

48º Festival de Cinema de Gramado – Exibição dos filmes pela televisão foi celebrada no debate desta segunda-feira

Compartilhe:

Ontem foi a primeira vez que meus primos e primas assistiram a exibição de um filme meu no Brasil. Só tenho isso a dizer.” A frase do diretor Felipe Bragança de “Um animal amarelo” emocionou a equipe por trás das câmeras durante o debate dos filmes exibidos na noite de domingo porque traduz um dos mais importantes motivos que impulsionaram a organização durante os meses que antecederam o início do Festival. Apesar de todos os reveses causados pela pandemia que modificou o mundo, a certeza de que o Festival de Cinema de Gramado chegaria a um número muito maior de pessoas espalhadas por diferentes lugares foi ideia presente durante todo o processo. Felipe foi questionado sobre se a exibição do filme na tv, e não no cinema, prejudicaria a experiência do espectador. “Acho que modifica a experiência, não é uma questão de prejudicar. Foi curioso porque já passei filmes em diversos festivais, já tive filmes em cartaz, já estive em festivais muito grandes… E ontem aconteceu uma coisa muito curiosa, que não significa uma conclusão, mas foi uma sensação muito bonita. Eu cresci no Centro do Rio, mas sou de família periférica, minha família é toda da Baixada Fluminense. E ontem foi a primeira vez que meus primos e que minhas primas assistiram à primeira exibição de um filme meu no Brasil. Só tenho isso pra dizer. E não sei como digiro isso para frente”.  

RECEBA AS NOTÍCIAS DO PORTAL DA FOLHA GRATUITAMENTE NO SEU WHATSAPP!

A atriz Sophie Charlotte que integra o elenco do longa, continuou. “Eu ia dizer isso, é lindo a família toda assistir, e assistir ‘Um animal amarelo’. Isso provocou uma conversa na minha família, que é do Pará, de trazer lendas amazônicas, de falar sobre essas pedras preciosas, das riquezas que saem de dentro, das entranhas. Foi muito rico, isso é uma potência. Se fala tanto em super produções ou não, mas poder ver (com ênfase em “ver”) o filme é tão importante, é resistência. O Canal Brasil ter aberto esse portal para passar o filme em 2020 é como uma bandeira fincada dizendo que vai ter cinema, sim. Vai ter cinema e ele vai chegar”, concluiu Sophie. O filme, que foi rodado no Brasil, Portugal e Moçambique narra a história do cineasta Fernando em busca do passado violento do seu avô. Um tragicômica fábula tropical, como define o diretor. O elenco conta também com Higor Campagnaro, Isabel Zuaa, Herson Capri, Thiago Lacerda, Márcio Vito, Tainá Medina, Catarina Wallenstein, Matamba Joaquim, Lucília Raimundo, Diogo Dória, Adriano Luz, Matheus Macena e Digão Ribeiro.

O debate sobre o longa-metragem mexicano “Días de invierno” de Jaiziel Hernández contou com a presença do diretor, da atriz Leticia Huijara e do ator Miguel Narro. O filme trata de recomeço, de personagens que querem se reinventar e superar o passado. “Depois de despedida do seu trabalho, ela precisa pensar em uma maneira de seguir adiante e é muito interessante a maneira como o filme aborda esse assunto”, comenta Letícia sobre a sua personagem.

Debates dos longas gaúchos acontece amanhã, na TVE
As equipes dos cinco longas-metragens gaúchos que concorrem ao Kikito de Melhor Filme participam de debate amanhã, 22, a partir das 17h. O programa será transmitido pela TVE e pode ser acompanhado pelo site do Festival de Cinema de Gramado, na aba ao vivo (http://www.festivaldegramado.net/ao-vivo/). Os filmes “Contos do Amanhã” (Porto Alegre), de Pedro de Lima Marques, “Deborah! O ato de casa” (Santa Maria), de Luiz Alberto Cassol, “Portuñol” (Porto Alegre), de Thais Fernandes, “Ten-love” (Porto Alegre), de Bruno de Oliveira, “Trapaça” (Porto Alegre), de Luke Schatzmann estão disponíveis para que sejam assistidos pelo serviço de streaming do Canal Brasil até o dia 24 de setembro – https://globosatplay.globo.com/c/canal-brasil/

Foto: Edson Vara/Pressphoto