Canela,

23 de abril de 2024

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Fruticultura valoriza terras nos Campos de Cima da Serra, aponta estudo do Incra/RS

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O alto valor agregado da produção de frutas – especialmente a maçã – contribui para o perfil dos imóveis rurais mais caros na região dos Campos de Cima da Serra. Este é um dos resultados apontados pelo Relatório de Análise de Mercados de Terras (RAMT) 2020, elaborado por técnicos do Incra/RS e disponibilizado em agosto. O documento é uma atualização da primeira edição, que foi divulgada em dezembro de 2017, e traz Planilhas de Preços Referencias (PPRs) de terras em todo o Estado, dividido em onze Mercados Regionais de Terras (MRTs).

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O Mercado Regional de Terras Campos de Cima das Serra (MRT04) é composto por 15 municípios: André da Rocha, Bom Jesus, Cambará do Sul, Campestre da Serra, Capão Bonito do Sul, Esmeralda, Ipê, Jaquirana, Lagoa Vermelha, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões, Pinhal da Serra, São Francisco de Paula, São José dos Ausentes e Vacaria.

Ao analisar o mercado, técnicos do Incra constataram o impacto das alterações de uso do solo nas últimas décadas. As áreas da região, tradicionalmente utilizadas para pecuária extensiva, receberam projetos de fruticultura, silvicultura e, mais recentemente, estão na zona de expansão do cultivo de soja – que tem sido responsável pelo principal movimento de negócios de terras, com ofertas que explicitam inclusive tamanho de área de lavoura plantada ou potencial.

As áreas com cultivo de maçã, especialmente, apresentam os maiores valores, atingindo um Valor da Terra Nua (VTN) médio de R$ 57 mil por hectare em Vacaria. O mercado para este perfil de imóvel tem se mantido estável. Já áreas com tipologia de uso para soja apresentam o segundo patamar mais elevado: VTN médio de R$ 53,3 mil, em Lagoa Vermelha.

O mercado de terras usadas para silvicultura está em retração na região, refletindo um certo desestímulo para esta atividade econômica. Os valores mais baixos encontrados pelos técnicos do Incra/RS são de imóveis destinados com perfil misto de florestamento e atividades pecuárias, chegando a um VTN médio de R$ 4 mil em Bom Jesus.

RAMT – A atualização do relatório foi feita por uma equipe de seis peritos federais agrários do Incra/RS, contando com toda a experiência e conhecimento do instituto, que há 50 anos percorre o RS avaliando e fiscalizando imóveis rurais.

No estudo, o RS é dividido em 11 Mercados Regionais de Terras, classificando as áreas  em diferentes tipologias de uso, em níveis categóricos que incluem o uso predominante do solo, o sistema produtivo adotado e/ou as condições endafoclimáticas, e a localização. Para atualizar a edição de 2020, foram realizadas 25 semanas de trabalho de campo, entre setembro e dezembro do ano passado, visitando 120 municípios, coletando 1502 elementos, entre negócios realizados, ofertas e opiniões.

A finalidade principal do RAMT e das PPRs é balizar a obtenção de imóveis rurais para o Programa Nacional de Reforma Agrária, mas o estudo pode auxiliar como parâmetro para outras instituições e atividades, como por exemplo, fornecer valores de referência para o cálculo de tributos como o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).

O RAMT/RS 2020 pode ser acessado no link: http://incra.gov.br/media/docs/mercado-terra/ramt_sr11_2020.pdf

Foto: Pastagem de Alto Suporte/Reflorestamento ao fundo – Jaquirana-RS. Divulgação Incra/RS.