Canela,

17 de abril de 2024

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Chico

360 GRAUS

Francisco Rocha

O quê o resultado das urnas diz sobre a eleição para a Câmara de Vereadores de Canela?

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Diz muito, se você souber ler os números. Vamos lá?

1) Temos três mulheres eleitas

Carla Reis, Emília Fulcher e Carmen Seibt formam o time feminino do Legislativo canelense.

Carmen é o nome mais tradicional das três, com dois mandatos como vice e um como vereadora, todos pelo PP. Mas, ao trocar de partido, indo ao PSDB, quase ficou sem sua vaga, foi a última eleita, com 470, 334 a menos que em 2016.

Entra aqui o enfraquecimento do PP na queda de votos de Carmen Seibt e a concorrência na forte legenda do PSDB.

Emília já havia sido bem votada em 2016, permaneceu como suplente quase três anos na Câmara, fez 41 votos a mais e chegou a 576, neste ano, garantindo a vaga pelo Republicanos.

Já a Carlinha aumentou 138 votos em relação a 2016, trocou o PDT pelo MDB, partido onde a disputa interna era mais acirrada e deixou para trás nomes como Luciano Melo, Leandro Gralha e Mário Weirich.

Foi ela, Carla Reis, a mais notável eleição entre os 11 titulares.

2) Cinco vereadores diferentes

Foram cinco as mudanças nos titulares da Câmara em relação a 2016, Ismael Viezze (PDT), que nem concorreu, Carlão (PDT), que já havia entrado na sobra na última eleição, Jonas Bernardo, que trocou o PP pelo PDT e baixou 287 votos, talvez pelo mesmo fenômeno que abateu Carmen Seibt. Assim, estas três baixas foram no PDT.

Já Marcelo Tiririca não conseguiu repetir seus 605 votos de 2016, ficando apenas com 419. Ajudou o Republicanos, mas perdeu a cadeira.

A mais amarga saída da titularidade foi a de Leandro Gralha, com 560 fez mais votos que Jerônimo Terra Rolim (PDT) e Carmen Seibt (PSDB), mas foi apenas o sexto mais votado do MDB, ficando com sete votos a menos que Luciano Melo.

Mas, e sempre há um mas em tudo, há dois vieses nesta votação de Gralha. Apesar de perder uma cadeira de titular na Câmara, deve voltar ao Legislativo, pois o titular Luciano Melo deve assumir uma secretaria em 2021.

Outra coisa interessante é que ele, Gralha, Jeffi do Transporte e Joãozinho Silveira, todos do MDB, buscavam votos na área da saúde. Jeffi se elegeu, Leandro e Joãozinho não, mas os três somaram 1781 votos.

3) Recorde de votos

Este pertence ao Marcelo Savi (MDB), foram 1.348, maior votação para vereador da história da cidade. Alberi também rompeu a casa dos mil votos, primeira vez nas eleições para a Câmara em Canela.

4) Bancadas partidárias

2016, a legislatura iniciou com cinco bancadas partidárias, mas uma delas, a do PPS de Alberi Dias, só existiu por causa da coligação com o MDB.

Para 2021 serão quatro, mas todas conquistadas na urna, assim, não haverá mudança de plaquinhas nas portas, a menos que algum dos eleitos troque de partido em 2024.

5) Cadê o PP?

Somando todos os candidatos do PP, o partido ficou longe de conquistar uma vaga, com 1272 votos. O TSE ainda não liberou os votos da legenda, mas faltariam, ainda, mais de mil votos para que os Progressistas conseguissem eleger alguém, uma mudança muito radical para um partido tradicional da cidade, que perde cada vez mais espaço.

6) Maioria absoluta

Como apenas o PDT entra como oposição no próximo ano, a administração municipal terá oito votos ao natural, ou seja, maioria absoluta na Câmara de Vereadores.

7) Mudança de perfil

Vendo nomes que há algum tempo eram badalados no cenário político, percebesse algo que já havia escrito aqui na 360 Graus, uma mudança de perfil do eleitorado canelense.

8) Minhas apostas foram boas:

Eu disse que só havia disputa para a Câmara de Vereadores e avisei: