Canela,

22 de abril de 2024

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O ataque em Criciúma relatado por um canelense

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Dinheiro no chão foi pego por populares

Jovem foi testemunha do assalto da janela de seu apartamento

O assalto a duas agências do Banco do Brasil no centro de Criciúma (SC) provocou terror na cidade na madrugada desta terça-feira (1º). Além de rajadas de tiros, os criminosos fizeram barricadas com carros, espalharam explosivos e usaram reféns como escudo para evitar a aproximação de policiais.

Os bandidos também incendiaram o 9º batalhão da PM (Polícia Militar) e o túnel que liga a cidade à vizinha Tubarão.

A ação começou por volta da meia-noite e terminou às 3h da madrugada. A polícia informou que ao menos 30 bandidos participaram da ação, mas de acordo com o prefeito Clésio Salvaro (PSDB), esse número pode chegar a 50. Dez a 12 veículos foram usados na fuga e abandonados mais tarde na cidade de Nova Veneza (SC), a cerca de 18 km de Criciúma, em uma plantação de milho.

Canelense, Erick assistiu parte do assalto da janela de seu apartamento

Um canelense em Criciúma

Em meio a todo este horror, um canelense foi testemunha ocular da ação dos criminosos.

O canelense Erick Felipe Camargo Pereira, 18 anos, falou com nossa reportagem sobre a sua experiência em Criciúma. Ele é estudante e funcionário de uma hamburgueria e mora a menos de 200 metros da agência do Banco do Brasil alvo do assalto.

Erick mora na cidade catarinense desde 2012, mas é natural de Canela e possui diversos familiares na cidade, principalmente no bairro São Rafael.

Eu acordei com uns barulhos estranhos, aí me dei conta que se tratava de tiros. Imediatamente peguei meu celular e comecei a gravar. Cheguei a iniciar uma live, mas depois, por receio, exclui todas as publicações que fiz com imagens do assalto. Para se ter uma ideia, a rádio local que fazia a cobertura do ataque foi ameaçada pelos assaltantes e encerrou a transmissão”, relata.

Quando chegaram as primeiras informações ficamos impactados, primeiro se falava em uma rebelião no presídio, depois soubemos que era um assalto, somente mais tarde tivemos noção do tamanho do ataque, coisa de roteiro de cinema”, diz o jovem.

Estavam no apartamento, junto com Erick, sua mãe Deise, seu irmão e seu padastro. Ele relata que quando a situação acalmou e os criminosos haviam fugido do local, muitas pessoas foram até o centro da cidade ver o que havia acontecido.

Eu, curioso, fui também, só então tive noção de quão poderoso era o grupo de assaltantes”.

As informações via grupos de WhatsApp não paravam de chegar, ainda durante o assalto. A população ficou sabendo dos reféns e de que haviam explosivos no centro da cidade.

Tenho certeza de que a cidade nunca vai esquecer isso”, diz Erick.

Todos ficaram amedrontados, eu pude ver um integrante do grupo com um fuzil, haviam relatos de que portavam bazucas e metralharam a sede da BM. Ontem (Quarta-feira, 2), o esquadrão antibombas fez a retirada dos explosivos que estavam aqui pelo centro“.

Ao ser perguntado sobre a sensação de ouvir os tiros, o jovem confessa, “nunca tinha ouvido, desta maneira, espero não ouvir de novo”.