A maioria dos gaúchos reclama da diferença de preços praticados no RS em comparação com Santa Catarina por exemplo. Lá a gasolina, o gás de cozinha, a energia elétrica, telefonia e outros itens são mais baratos.
O preço que o gaúcho paga, em diversos produtos, tem muito a ver com o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
A lei diz que a partir de janeiro de 2021 os percentuais voltam a ser como eram antes, ou seja, 5% menos em energia elétrica, álcool, gasolina e telefonia e de 1% a 2% em outros itens e operações e prestações de serviços sem alíquota específica.
Esse aumento, ou majoração, deveria ter acabado em 2019,mas, em dezembro de 2018, ao final do governo Sartori e com Eduardo Leite (PSDB) já eleito governador a partir de 2019, a Assembleia Legislativa aprovou um projeto que estendeu o aumento de alíquotas de ICMS por mais dois anos, ou seja, com validade para 2019 e 2020.
Agora, Leite tenta, com todas suas forças, estender o aumento de imposto para mais dois anos, sob o argumento de que a queda da receita vai prejudicar os serviços oferecidos aos gaúchos.
Quando eu escrevi, na semana passada, que o Governo está preocupado com ele, Governo, e não com o povo, teve gente que torceu o nariz.
Dentre as propostas de alterações no ICMS, além da prorrogação das alíquotas de 30% por quatro anos, o objetivo é promover a alíquota modal de 18% em 2021 e 17% a partir de 2022. Há também a proposta de corte de incentivos fiscais e alterações no IPVA.
Tudo vai refletir diretamente no bolso do trabalhador e do pequeno empresário, que é quem paga a conta dos desgovernos do Estado e do País.
Parte desta arrecadação vai para os municípios, uma migalha, uma esmola, mas que faz diferença nos cofres das cidades. Tentando garantir mais verba, Eduardo Leite pediu o apoio da Famurs nas articulações dos prefeitos para majoração das alíquotas, projeto que será votado no dia 15 de dezembro.
Parte dos prefeitos do Estado está disposto a apoiar o governador para garantir as taxas altas.
Nenhuma novidade. O Estado, independente do governante, é ineficiente e incompetente e quem paga a conta somos nós.
Passou da hora da sociedade gaúcha cobrar do seu vereador, do seu prefeito, do seu deputado e do próprio Eduardo Leite para que estas taxas não sejam mantidas.
A única coisa que político tem medo é da opinião pública mobilizada.
Eu vou fazer a minha parte. E você, vai querer continuar pagando mais caro?
Leite é um político refém das próprias patacoadas
Por outro lado, o candidato Eduardo Leite deu a entender na campanha eleitoral que teria como resolver os problemas do Estado, bastaria “tirar a bunda da cadeira”.
O “tirar a bunda da cadeira” chegou a virar frase motivacional de parte da equipe de campanha do candidato, que estampou camisetas com a frase, dita em um dos debates na TV Bandeirantes.
Adotando um quase vitimismo, Leite transfere para a população a culpa pelo aumento dos casos de Covid-19, como se fossem crianças traquinas a não respeitar a orientação dos mais velhos.
Depois, corre para o colo dos prefeitos para garantir a verba que ele questionou e que precisa para resolver problemas que prometeu resolver no primeiro ano de governo.
O milagre que colocou dinheiro no bolso de policiais e professores, neste nefasto 2020, chama-se auxílio do Governo Federal.
Leite é um bufão jactancioso. Ele acredita que tem uma inteligência superior e nós, pobres gaúchos mortais somos desprovidos de intelecto. Por mais de uma vez disse que entende a ignorância dos gaúchos.
No fundo, Eduardo deve ter razão, afinal, fomos nós que no colocamos onde está e assistimos quietos e alienados seus disparates.
E com isso, com mais um estelionato eleitoral, os gaúchos seguirão pagando altos impostos e, alguns, até aplaudem.