Canela,

16 de abril de 2024

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Escola Neusa Mari Pacheco comemora produção de suas quase 4 mil árvores frutíferas

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Cinco mil garrafas de suco de uva foram distribuídas entre alunos e vendidas para ajudar nas despesas do centro agrícola

Com mais de 3 mil pés de laranja e bergamota, 200 pés de caqui e 500 parreiras, além de outras frutas, a Escola Neusa Mari Pacheco – Ciep, conhecida como Canelinha, comemorou a produção registrada em 2020. Somente no que se refere à uva, cerca de 5 mil garrafas de suco totalmente natural e sem conservantes foram distribuídas entre os alunos e comercializadas, para custear as despesas do centro agrícola neste ano na instituição, localizada em Canela, município abrangido pela 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

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Com iniciativa, engajamento e dedicação, a escola, que oferece Ensino Fundamental e Ensino Médio Politécnico, é reconhecida como escola pública referência em educação de tempo integral, e valorizada por seu modelo de projeto educacional com participação efetiva da comunidade.

Neste ano, em virtude da pandemia de covid-19 e de dificuldades com transporte, não há atividades com alunos no local. Porém, o centro agrícola do Canelinha não deixou de dar frutos. “A manutenção de tudo isso dá muito trabalho, mas a produção das frutas é uma alegria e orgulho para nossa comunidade”, destacou o diretor, Márcio Gallas Boelter, ao elogiar o empenho da comunidade em manter o local.

“O projeto político-pedagógico da escola é vivido integralmente por toda a comunidade escolar. Isso demostra que é possível mudar a realidade da população por meio da educação”, ressaltou Viviani Devalle, coordenadora da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

História da instituição

Fundada em 1913, sem sede própria e localizada em um bairro marginalizado, a escola e toda a comunidade sofreram um processo de transformação. Em meados de 1979, foram feitos investimentos na recuperação social e econômica da população local e o Canelinha teve papel fundamental no processo. A partir daquele momento, os pais dos alunos começaram a participar da discussão e na concretização de ações da escola, encontrando uma direção e um corpo docente extremamente abertos e acolhedores às iniciativas da comunidade, transformando-a no que ela é hoje.

O centro agrícola da instituição foi criado em 1994, na localidade da Linha São João, e transformou uma antiga escola rural abandonada em um local produtivo. O idealizador do projeto foi o antigo diretor da escola e hoje prefeito de Canela, Constantino Orsolin, junto com pais, alunos, professores e colaboradores daquele período.

Em 2004, o Círculo de Pais e Mestres (CPM) da instituição comprou mais um pedaço de terra para ampliar a produção – hoje são 14 hectares, sendo sete deles para a preservação permanente da mata nativa, onde são desenvolvidas atividades pedagógicas e recreativas com os alunos, que participam do processo de produção agrícola, sempre sob coordenação de professores e do diretor, Márcio Boelter.

O atual diretor da instituição era um dos alunos da escola quando o centro agrícola foi criado, em 1994. São 22 anos trabalhando na escola, nove deles na direção. Márcio foi vice-diretor, lecionou Língua Portuguesa, Literatura, Filosofia, Agricultura, além de ter trabalhado também no financeiro da instituição. A história do diretor ilustra o engajamento da comunidade e o empenho em manter uma instituição que dispõe de infraestrutura e recursos como piscina, quadra de esportes e sala de informática.

Foto: Arquivo Folha