Canela,

5 de maio de 2024

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Burocracia do Estado impede retorno de 177 alunos da Escola Carlos Wortmann

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A Escola Estadual de Ensino Fundamental Carlos Wortmann, localizada no bairro Leodoro de Azevedo, é a única de Canela que não retornou ao ensino presencial.

A pedido dos pais, a reportagem da Folha esteve na escola para verificar a situação. Conforme a diretora, professora Maria Rosane de Oliveira, a instituição contava com duas servidoras, servente e limpeza geral. Uma delas está afastada por laudo de comorbidade e não vai retornar as atividades, em razão da pandemia do novo coronavírus. A outra pediu afastamento definitivo e não retorna à escola.

Assim, sem as duas servidoras, a Carlos Wortmann não consegue cumprir os protocolos exigidos pelo plano de contingência e não pode receber alunos. A diretora afirmou que mantém contato com a 4ª Coordenadoria de Educação, em Caxias, mas ainda não obteve uma previsão de quando terá os funcionários para reabrir o educandário.

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A diretora Maria Rosane garante que a escola possui todos os EPIs e protocolos para retornar, assim que tiver uma auxiliar de limpeza e uma servente – Fotos: Francisco Rocha

Marilídia Angeli é moradora do bairro, ex-aluna da escola e tem seu filho matriculado na Carlos Wortmann. Ela relata que já pediu auxílio à 4ª CRE, mas nada foi feito. Também tentou auxílio na Prefeitura de Canela, para a cedência de servidores, até a situação da escola normalizar, mas não obteve êxito.

“A gente se sente abandonado, são diversos alunos precisando voltar às aulas, alguns de famílias muito carentes. Alguns pais se propuseram a realizar o trabalho de limpeza, mas pelos protocolos do Governo do Estado, não podemos entrar na escola. Poderíamos, de maneira voluntária, realizar este trabalho até que venham novos servidores, mas o Estado não resolve e não nos deixa resolver”, disse Marilídia.

O descaso do Governo do Estado para com a Carlos Wortmann não é recente. A escola sempre careceu de infraestrutura, durante seus 58 anos de existência. O laboratório de informático tem a internet mantida pelo CPM e pelos funcionários da escola. Ele fica aberto e, mediante agendamento, alunos que não tem como acessar a plataforma de ensino a distância, podem usar a estrutura da escola para manter o acompanhamento do conteúdo.

Marilídia Angeli é uma das mães que luta para o retorno das aulas

A reportagem da Folha entrou em contado com a coordenadora regional de educação, Viviani Vanessa Devalle, que confirmou a situação da Carlos Wortmann, alegando problemas em conseguir funcionários para a escola. Segundo ela, uma empresa terceirizada foi contratada pelo Estado e em duas semanas os novos servidores já devem estar à disposição, mas que este prazo não pode ser reduzido em razão dos trâmites legais.

Até lá, a comunidade escolar da Carlos Wortmann vai seguir sem aulas presenciais, ainda sem a certeza de que este novo prazo vai ser cumprido. Para Marilídia, que luta desde o início do ano para este retorno, estas duas semanas representam mais atraso na educação dos alunos.