Canela,

5 de maio de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Câmara de Canela mostrou como não se deve fazer política, na última sessão

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Os vereadores canelenses deram uma aula de como fazer uma política que não interessa à comunidade, na sessão da última segunda (31).

Normalmente, escreveria uma coluna cheia de piadinhas e ditados, mas hoje estou sem paciência e sem tempo, então, vamos aos fatos…

Estava em votação, ontem, o projeto especial para autorização de construção do novo Hotel Laje de Pedra, que é um dos projetos mais importantes para Canela de todos os que vão passar nas mãos dos vereadores neste mandato. O tema poderia render uma sessão histórica, mas, ao invés disso, os nobres edis se enrolaram e decidiram brincar, como na quinta série, de quem tem o dedo maior.

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Começa que o projeto já deveria ter sido aprovado na semana passada, mas, em razão de uma emenda, do vereador Jerônimo Terra Rolim, destinando parte da verba de compensação da obra para uma reforma da Delegacia de Polícia de Canela, se enrolou mais uma semana.

Os vereadores disseram que faltava parecer jurídico e da Comissão de Constituição e Justiça para dar os trâmites legais na emenda de Rolim e tudo ficou para essa semana.

Ontem, projeto do Laje e emenda para a delegacia tinham parecer e tempo legal de tramitação e foram para a votação, mas (tcharãaaaaa), aos 45 do segundo tempo apareceu uma orientação de um instituto que assessora juridicamente a Câmara, dizendo que a emenda era inconstitucional e poderia prejudicar o projeto como um todo.

No final, o projeto de construção do novo hotel foi aprovado, e era só o que faltava se não fosse, ainda que, com uma semana de atraso.

Mas a sessão como um todo virou um filme pastelão. Para rejeitar à emenda, alguns vereadores, por fim, até admitiram que o voto foi político e assim, a verba que poderia ir para a DP não foi.

O que veio a seguir foi vergonhoso, votos constrangidos, promessas de compensações e acusações de parte à parte.

A cereja do bolo da engronha política foi um final de sessão com a disputa entre vereadores, de qual partido fez mais asfalto, quem conseguiu mais verbas, acusações e assim por diante. Igual na quinta série, só faltou alguém dizer: “é, mas, rima, rima”…

É inconcebível que uma casa que cobra transparência falte com ela no momento que se exige. É inadmissível que o voto político prevaleça sobre o interesse público, principalmente quando os vereadores batem na tribuna dizendo-se representantes do povo.

A nova formação da Câmara de Vereadores teve uma grande oportunidade mostrar que veio para discutir ideias e aprimorar os grandes debates, mas fracassou vergonhosamente porque colocou interesses partidários e posições pessoais acima dos da comunidade.

Depois reclamam que o Legislativo não é valorizado.

Vale lembrar, para não dizer que não usei ditados hoje, que, à mulher de César, não basta ser honesta, ela tem que parecer honesta e que, como eu disse na semana passada, quem quer faz, quem não quer arruma desculpa (e isso fizeram bem).