Canela,

8 de maio de 2024

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Falta pouco para Canela ter casa de acolhimento para mulheres vítimas de violência

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Espaço vai receber mulheres e filhos vítimas de agressão doméstica - Fotos: Reprodução

Casa Vitória abre em agosto, mas ainda precisa da ajuda da comunidade com doações

Canela vai contar com uma casa de acolhimento exclusivamente para vítimas de violência doméstica, a Casa Vitória. A juíza Simone Chalela, responsável pela Segunda Vara Judicial da Cidade, encabeça o projeto que pretende abrir as portas ainda em agosto, mês em que se comemora o aniversário da Lei Maria da Penha (Lei n. 11340/2006).

Segundo Simone Chalela, a Casa Vitória surgiu da necessidade de uma casa de acolhimento exclusivamente para vítimas de violência doméstica no Município de Canela, na qual as mulheres pudessem encontrar abrigo e atendimento para si e seus filhos, até que houvesse o afastamento do agressor do lar comum.

Fruto da força da comunidade canelense, a casa ainda precisa de alguns itens para que possa iniciar as atividades, entre eles um ar-condicionado, dois computadores, utensílios de cozinha em geral e jogo de panelas, muito pouco perto do que ela cai representar para quem precisa deste tipo de ajuda especializada.

As doações podem ser direcionadas diretamente ao Fórum de Canela ou à Abasc, que tem auxiliado na busca das necessidades para finalizar o projeto.

Número de agressões subiram na pandemia

Desde o início da pandemia, os números de casos envolvendo violência doméstica crescem a cada dia, com uma média de mais de um registro de ocorrência por dia. “Temos, por mês, 25 a 35 novas demandas, sendo que atualmente tramitam 204 medidas protetivas na Segunda Vara Judicial da qual sou titular”, diz a Juíza. “Muitas das vítimas de violência doméstica se calam porque não tem para onde ir e isso acarreta um ciclo crescente de violências de toda ordem, que só aumentam com o passar do tempo”.

Um marco para Canela

“A Casa Vitória será um marco histórico e uma vitória para as vítimas de violência de gênero na cidade, por isso dei esse nome para a instituição, já que em contrapartida da evolução da sociedade, os números de violência de gênero, desrespeito e violações de direitos só crescem”, relata Simone.

Muito mais do que uma casa de acolhimento, quando houver necessidade, a Casa Vitória será um local de tratamento, ressocialização e reabilitação, já que as mulheres terão acompanhamento com uma equipe multidisciplinar, composta por psicóloga e assistente social, além de acompanhamento jurídico e oficinas terapêuticas, visando a inserção ou reinserção no mercado de trabalho.

Casa Vitória está sendo preparada para acompanhar as mulheres durante tempo necessário

Como funcionará a instituição

A partir da sua inauguração, a Casa Vitória atenderá todas as vítimas de violência doméstica que registrarem ocorrência, independente da necessidade ou não de acolhimento.

Ao receber a medida protetiva, será agendado atendimento psicológico na instituição, e, após, acompanhamento jurídico, sendo que a OAB Gramado/Canela, através de sua Presidente, Dra Anne Grahl, organizou uma lista de advogadas que fará esse trabalho voluntário de orientação e acompanhamento na primeira audiência para as pessoas que não tiverem condições financeiras de custear uma assessoria jurídica.

“Nos casos em que houver a necessidade de acolhimento para a vítima e seus filhos, eles receberão vestuário, alimentação, kit higiene e hospedagem, até que possam retornar ao lar em segurança, com o afastamento do agressor, ou que a assistente social da instituição consiga localizar parentes em condições de recebê-los”, explica Simone.

As mulheres vítimas de violência doméstica receberão a ajuda necessária para romper esse ciclo de dependência psicológica e financeira, seja através do acompanhamento psicológico, jurídico ou social, ou através das oficinas oferecidas para o fortalecimento feminino e obtenção de renda, ou ainda, encaminhamento aos programas municipais de assistência. O trabalho da equipe multidisciplinar incentivará a independência, a autonomia e o protagonismo feminino.

Espaço para acompanhamento e reinserção também faz parte do projeto

Conquista com o envolvimento comunitário

“É muito gratificante ver que, em tão pouco tempo, desde que conseguimos a destinação da casa pelo Município, recebemos doações da comunidade que serão fundamentais para conseguirmos inaugurar a Casa Vitória no mês de agosto, agradeço, especialmente, ao Prefeito Constantino Orsolin, que foi sensível ao problema, ao secretário de Obras, Luiz Cláudio da Silva, que está trabalhando de forma incansável para atender o meu pedido de inauguração da casa em agosto, e à assistente social Aneline Schimitt, fundamental para a operacionalização da instituição. Agradeço também aos doadores, como o Instituto Laje de Pedra, Condomínio Reserva da Serra, Abasc, Delegacia de Polícia de Canela, Mercado Batista, MP Materiais de Construção, entre inúmeros outros colaboradores da nossa comunidade”, finalizou Simone Chalela.

Juíza Simone Chalela, titular da Segunda Vara Judicial de Canela e idealizadora da Casa Vitória
Foto: José Zignani

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