Canela,

18 de maio de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Governo do Estado explica, mas não justifica seu processo de concessão do Caracol

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Pela quarta vez, este colunista foi convidado a acompanhar uma reunião com o Governo do Estado sobre a concessão do Parque do Caracol. Desta vez, uma comitiva canelense, liderada pelo prefeito Constantino Orsolin, esteve na Capital para ouvir detalhes do projeto e levar as demandas canelenses.

Pela quarta vez, este colunista ouviu as mesmas coisas dos representantes do Governo do Estado. Duas coisas ficaram claras, na minha opinião:

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Primeiro, a desestatização de órgão públicos é uma política do Governo Eduardo Leite, da qual não vai abrir mão, assim como nos casos da Corsan e da CEEE.

Segundo, o Parque está em Canela, mas pertence ao Governo do Estado, por isso ele tem o direito de fazer a concessão e ponto.

Foi isso que entendi das falas do secretário extraordinário de Parcerias do Rio Grande do Sul, Leonardo Busatto. E até aí, ele tem razão.

O que ele não tem razão, no meu entendimento, é dizer que só eles do Estado e o BNDES sabem o que é melhor para o parque e sua proposta, apresentada em partes para Canela, é forma mágica para os problemas do Caracol, aliás, muito pelo contrário.

A reunião em Porto Alegre foi acompanhada por secretários municipais de Canela e imprensa, através de videochamada, direto do gabinete do prefeito, em Canela.

Lá pelas tantas, o clima esquentou, quando Jackson Muller, secretário de Meio Ambiente de Canela, questionou o uso, sem autorização, de um estudo de um biólogo canelense no projeto do BNDES. Muller utilizou a expressão plágio, inclusive.

O mote foi alertar ao Estado que existe vida inteligente nos municípios e que Canela é pioneira em ecoturismo, principalmente pela sua iniciativa privada.

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A receita de bolo oferecida pelo Estado/BNDES é chover no molhado para Canela. É reinventar a roda. Não é questão de arrogância, é questão de saber que a Região das Hortênsias é inovadora e pioneira em turismo no RS e ninguém sabe melhor que o canelense o que é o melhor para Canela.

O encontro com o Estado foi intermediada pelo deputado Carlos Búrigo (MDB), que reforçou a necessidade de respeitar as características locais durante todo o processo. “Além das questões ambientais e econômicas, quero reforçar que o Parque do Caracol representa a identidade do município de Canela, e isso precisa ser valorizado e não pode ser desassociado”, salientou o deputado em sua fala na audiência.

Em Canela, audiência foi acompanhada por vídeo conferência

Outra participação importante foi a do secretário de Turismo de Canela, Angelo Sanches, alertando o Estado que Canela não é contra a concessão do Parque do Caracol à iniciativa privada, apenas está resguardando seus interesses e entende que o que será feito no atrativo deve vir de maneira inovadora, não apenas copiar o que já existe em outros parques, criando concorrência com os atrativos próximos.

Na opinião deste colunista, o projeto proposto, até então, é mais do mesmo, apenas um motivo para o Estado cumprir sua agenda de concessões/privatizações.

O importante é fazer o Piratini saber que, sim, existe vida inteligente nos municípios e aqui em Canela a iniciativa privada está acostumada a levar sua experiência e expertise em turismo para outros estados.