Canela,

18 de maio de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Prefeitura de Canela e alguns vereadores parecem duvidar da inteligência do cidadão

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Operação Cáritas segue forte

Não é preciso pensar muito para saber que a Operação Cáritas segue forte. A cada semana, novas buscas e novos documentos vão desbaratando a teia que envolve políticos canelenses neste escândalo de corrupção.

O trabalho técnico da Polícia Civil de Canela é espetacular e, a cada novo indício trazido à tona vai sendo enterrado o argumento de alguns que insistem se tratar de uma perseguição política.

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Vereadores não podem mais dizer que não sabem de nada

Sessão após sessão, alguns vereadores dizem que não têm conhecimento sobre as denúncias de corrupção, pois a mesma é conduzida pela Delegacia.

A própria Câmara de Vereadores pediu uma reunião com a Polícia Civil, a qual aconteceu na tarde de quarta (15). Nem a Câmara, nem a Delegacia, divulgaram o encontro, mas se sabe que os vereadores tiraram dúvidas (se é que elas haviam) sobre a investigação e a convicção da PC sobre o esquema de corrupção.

Na sessão da próxima segunda, que é a última do ano, eles não vão mais poder dizer que não sabem de nada, mas ainda assim, alguns vão tirar o corpo fora.

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Integrantes do MDB já pediram demissão de investigados

Alguns integrantes do MDB de Canela já teriam pedido, de maneira formal, a demissão dos secretários afastados, Angelo Sanches e Luiz Cláudio, o Ratinho, bem como de alguns cargos em comissão ligados a eles.

O pedido já estaria na mão do prefeito Constantino, que até o momento não atendeu. Orsolin está em Brasília e até a sua volta não deve dar um retorno aos seus correligionários.

O palpite deste colunista é de que o pedido não será atendido.

Voto político não tem nada a ver com a Justiça

Alguns vereadores justificam que não irão fazer nada quanto às denúncias da Operação Cáritas pois este é um assunto da Polícia. Bobagem, eles estão lá para fazer sim, pelas vias políticas, da qual eles fazem parte.

Quando é para justificar sua inércia, dizem: “confiamos na polícia, confiamos na justiça”, agora não é o momento para politicagem.

Quando é para justificar suas ações, dizem “esta é uma casa política e o voto político tem valor”, como no caso das contas com parecer negativo que foram aprovadas pela Câmara.

Nestas hipóteses, ninguém disse que confiava no trabalho técnico do Tribunal de Contas, por exemplo, pra ficar inérte.

Fosse eu do judiciário ou da polícia, deixaria os acusados voltarem

Todos sabem que alguns dos acusados na Operação Cáritas querem voltar, mas estão impedidos pela medida judicial que vale até 8 de janeiro.

Fosse eu da Polícia Civil, do Ministério Público ou do Judiciário, não faria força para renovar os afastamentos. Com essa medida judicial, Câmara e Prefeitura estão em zona de conforto.

Se ela não existisse, Câmara e Prefeitura teriam que afastar, por conta própria, os investigados ou responder pela sua inércia perante a comunidade.

Aí acabariam as desculpas.

A cidade em quem ninguém sabia de nada

Canela está se transformando na cidade em que ninguém sabia de nada.

Recentemente uma obra feita por uma empresa contratada pela EGR entrou na Av. Júlio de Castilhos, bloqueando a via de supetão.

A resposta oficial da Prefeitura foi de que não sabia que a obra seguiria pela Júlio.

Obra da EGR pode ser tudo, menos de graça

O argumento de que Canela “ganhou” este recapeamento da Júlio e da João Pessoa não se sustenta. Muito menos dizer que esta obra saiu de graça.

Pagamos um dos ICMS mais caros do país, nosso IPVA é um roubo a mão armada, sem falar que para sair da cidade, ou entrar, existem três pedágios da EGR.

Essa empresa, que não se presta nem a roçar os canteiros centrais da Canela – Gramado, não faz nada de graça e é mera obrigação investir estes recursos aqui.

Então, se você ouvir que Canela ganhou essa obra, pergunte a quem lhe falou se ele não paga pedágio. Eu pago, assim como IPVA e ICMS, e acredito que você também.

Estado não pode chegar simplesmente e fechar ruas

Claro que o conserto das ruas centrais é necessário. Óbvio que não se pode perder os recursos, mas o argumento de que por ser trecho de RS o Estado pode ir chegando, trancando ruas e fazendo obras em perímetro urbano é outra historinha pra boi dormir.

Quem manda no perímetro urbano é o Município e ponto.

Prefeitura parece duvidar da inteligência do cidadão

Vou listar quatro fatos recentes que justificam o título deste tópico.

1 – Operação Cáritas pegou todos de surpresa.

2 – Dinah Signori ainda não tem definição sobre destino da escola e funcionários.

3 – Festival na Praça está regular (sendo que até agora não foi publicado decreto).

4 – Ninguém sabia da obra na Júlio de Castilhos.

Por vezes a atual Administração Municipal parece duvidar da inteligência do canelense.

Falta diálogo e transparência

Sigo firme no meu conceito de que falta diálogo e transparência à Prefeitura de Canela.

Falar com o cidadão, dar explicações e prestar contas é uma questão de respeito.

Em seu segundo mandato, Constantino foi aos bairros, fez reuniões, decidiu ruas para asfaltar, criou conselho de pensantes, criou o Canela Participa.

Hoje temos o “Canela Não Sabia”, o “Canela Não Pode Opinar” e o “Quem reclama é contra a cidade”!

Este é só o primeiro ano deste terceiro mandato, prefeito Constantino, ainda dá tempo de mudar isso. É tempo de retomar o respeito para o cidadão que paga um dos IPTUs mais caros do Estado, que quer transparência do serviço público e que não admite proteção com partidarismo.