Canela,

29 de abril de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Já imaginou ficar sem água por cinco meses?

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Você já pensou ficar sem o abastecimento de água por cinco meses? Essa é a situação com a qual 19 famílias que moram na área da Pedreira, no bairro Santa Marta, convivem desde agosto, quando a água da Corsan foi cortada no local.

É necessário frisar que a área é irregular, ou invadida, mas água é uma questão de humanidade, de dignidade. O fato destas famílias estarem morando no local demonstra a inércia da Prefeitura de Canela, desde sempre, em combater as invasões. A Prefeitura não fez nada, as famílias se instalaram lá, tinham água e luz, do nada foi cortada a água e assim ficou.

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São idosos e crianças que precisam caminhar várias quadras para ir em casa de parentes ou conhecidos para tomar um banho. Imagine isso com este verão tórrido que estamos tendo. Diariamente os moradores se deslocam a outras casas do bairro para, com baldes e bombonas, buscar alguma água para preparar as refeições e fazer a higiene pessoal.

No começo de dezembro, por orientação do vereador Alberi Dias, as famílias se uniram, juntaram dinheiro e instalaram uma caixa d’água, mas o abastecimento nunca veio. As famílias procuraram então a reportagem da Folha que visitou o local e passou a questionar a Prefeitura e a Corsan sobre a situação destas famílias.

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Ação emergencial

A partir do contato da reportagem da Folha, o secretário Municipal de Obras, Marcelo Savi, tomou a iniciativa de abastecer a caixa d´água com caminhão pipa. Foi uma ação emergencial, mas que já ajudou os moradores para que pelo menos alguma água chegasse nas torneiras.

“Regularização fundiária em Canela é ridícula”

A regularização fundiária em Canela é ridícula, consiste em colocar plaquinhas nas casas e nenhum ato concreto acontece”, disse o promotor de Justiça da Comarca de Canela, Paulo Eduardo de Almeida Vieira, ao ser questionado por este colunista sobre a situação destas famílias na Pedreira.

O promotor afirmou que sim, é uma área irregular e o Município deve trabalhar para a regularização ou mudança das famílias, conforme o caso, mas que por uma questão de humanidade, pelo menos nas questões básicas estas comunidades devem ser atendidas, paralelamente à uma política habitacional efetiva, o que não acontece em Canela e, por fim, evitar que novas invasões possam acontecer.

Corsan aguarda Prefeitura

O gestor da Corsan, Lutero Cassol, informou à coluna que a Corsan aguarda a Prefeitura, que é quem autoriza a instalação da rede, para atender estas famílias e que a estrutura construída por eles no local pode ser utilizada.

O cuidado é para que isso não incentive novas invasões.

O chato é que a Prefeitura não fiscaliza e nada acontece. A possibilidade de novas invasões existe, mas a Prefeitura deve atuar firmemente na fiscalização e não apenas não abastecer 19 famílias com o medo de novas áreas irregulares.

O representante dos moradores disse ao colunista que algumas famílias devem ser relocadas para um loteamento habitacional do município, mas isso ainda não tem prazo para acontecer.

Como diz o promotor Paulo, a política habitacional de Canela inexiste, infelizmente. A coluna vai seguir acompanhando esta pauta, torcendo para uma resposta rápida do Poder Público.