Canela,

30 de abril de 2024

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Festival de Gastronomia deixa prejuízo e contas a pagar

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Evento realizado durante o Sonho de Natal tira o sono de fornecedores e organizadores

Idealizado para ser uma das grandes atrações da última edição do Sonho de Natal, o Festival de Gastronomia e Vinhos, realizado de 22 de outubro a 9 de janeiro, na Praça João Corrêa, ainda tem tirado o sono de muita gente.

Segundo a própria Abrasel da Região das Hortênsias, o prejuízo estimado do evento ultrapassa a casa dos R$ 50 mil. Ainda existem fornecedores que não foram pagos e expositores que amargam prejuízos, com a alegação de que não receberam as contrapartidas prometidas.

Segundo o presidente da Abrasel Hortênsias, Felipe Andreis, a associação está no final de um esforço para o fechamento das contas do evento, pois esta diretoria encerra seu mandato em 8 de março e pretende entregar todas as situações zeradas para o novo presidente.

Teremos todos os pagamentos, relativos ao evento, realizados ainda dentro deste mês (fevereiro), sabemos que alguns fornecedores possuem valores a receber e todos eles serão honrados”, disse Andreis.

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A Abrasel precisa, ainda, fechar as contas com a produtora que era responsável pela lojistica do evento, a qual iria receber 70% do lucro do evento e, por óbvio, é responsável, agora, por 70% do prejuízo.

A Abrasel é totalmente auditável, nossas contas estão abertas. Foram muitos os erros de avaliação e de execução, mas estamos tranquilos que, de nossa parte, tudo ocorreu dentro da legalidade e as contas estão abertas para demonstrar isso”, disse Felipe.

Contas surpresas e queda nos patrocínios

Além da planilha financeira não ter fechado com o planejado para o evento, a Abrasel lida ainda com contas que nem mesmo estavam previstas, como o pagamento de parte do cash back solidário. No Festival, a cada prato vendido, um quilo de alimento seria doado. A ideia inicial era de que um patrocinador iria doar estes alimentos, o que acabou não acontecendo. Assim, a entidade comprou alimentos não perecíveis para honrar o cash back solidário.

Contas de água, energia elétrica e esgoto também chegaram, em relação aos 52 dias de evento. Inicialmente, seriam pagos pela Secretaria de Turismo, mas foram cobradas da Abrasel.

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Outro ponto determinante foi a queda nos patrocínios, após o festival já em funcionamento. Uma apuração de quem pagou e quanto foi pago a título de patrocínio está sendo realizada para o fechamento da prestação de contas.

Falta de planejamento e oficialização dos acordos

Dois motivos para o resultado negativo do evento são a falta de planejamento e oficialização dos acordos. O evento foi definido e implementado com pouco tempo para bares e restaurantes se organizarem. Existe ainda a avaliação de que foi muito longo, com diversos finais de semana com baixo público.

Como aconteceu em período de alta temporada, para muitos, faltou condições para atender bem a demanda do seu negócio e participar do evento na Praça, oferecendo mais atrativos durante os 52 dias.

Ainda, muito do que foi acordado entre a Abrasel, a produtora responsável pelo espaço e a Secretaria de Turismo, à época comandada pelo ex-secretário Angelo Sanches, ficou no campo verbal, não podendo agora ter a cobrança de responsabilidades sobre o que não foi oferecido ou executado.

Sabemos de nossas responsabilidades e vamos honrá-las, com toda a transparência que a Abrasel sempre teve em suas ações”, finalizou Andreis.

Foto: Divulgação – Festival foi realizado na Praça João Corrêa

Expositores no prejuízo

Alguns expositores tiveram prejuízo ao participar do evento, o que é normal no mundo dos negócios e não raro em eventos deste tipo, porém, alguns alegam que o que foi prometido pela organização não foi cumprido, motivo pelo qual amargaram dívidas.

Falta de formalização

A falta da formalização das responsabilidades é outra constante na trajetória do Festival, o que impede agora cobranças entre poder público e os realizadores. Até mesmo a cedência oficial do espaço da Praça não aconteceu conforme determina a lei, através de decreto municipal, conforme denunciou a reportagem da Folha, em dezembro de 2021.

Prejuízo não compreensível

As razões acima citadas dão um panorama de como o festival, esperado como uma das grandes atrações do Sonho, virou um problema, mas não explicam como um evento que teve a cedência gratuita do espaço mais nobre da cidade no melhor período turístico deixou, praticamente, R$ 1.000,00 de prejuízo por dia de realização.