Canela,

28 de abril de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Operação Cáritas e a discussão sobre o desenvolvimento urbano de Canela

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Dois grandes fatos aconteceram em Canela nesta semana, a 8ª fase da Operação Cáritas e o 1º Fórum Urbanístico de Canela.

Você deve estar se perguntando, “mas, o que uma coisa tem a ver com a outra?” Eu te repondo: tudo!

No primeiro dia de palestras, na quarta (18), a tônica do debate é que Canela cresce sem nenhum planejamento e sobram problemas de saneamento básico, áreas invadidas, mobilidade urbana e habitação, a maioria delas sob o guarda-chuva da secretaria Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano, a qual foi o alvo principal da Cáritas na manhã desta quinta (19).

A principal suspeita é a de que, para se obter licenciamento ambiental, precisa ser paga propina, ou contratar alguém amigo de quem gerenciava o processo.

Essa grana ia para um bolo e dividido entre os participantes.

Sobre o Fórum Urbanístico

Ficou claro, ao ouvir as palestras, que sobre os problemas de saneamento, habitacional e de mobilidade, que Canela não possui nenhum diagnóstico que mostre o real tamanho do problema, tampouco conta com um planejamento para resolver estas questões.

Também ficou evidente a urgência em se discutir melhor as questões do Plano Diretor e que toda a comunidade precisa participar deste processo.

Esperar apenas pelo poder público não é uma opção.

Operação Cáritas

O delegado Vladimir Medeiros, lá em janeiro, quando entregou os indiciamentos da primeira parte da investigação e fatiou a operação em mais de 10 inquéritos, avisou: passaremos a investigar agora a secretaria de meio ambiente. Nesta quinta, conhecemos um pouco do que a 8ª fase da Operação Cáritas apurou.

Vladimir afirmou que existem provas técnicas contundentes de que havia uma organização criminosa, agindo com hierarquia e funções definidas, dentro da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Canela.
Ainda, segundo ele, os valores eram absurdos, por exemplo, dos veículos de luxo apreendidos e da cobrança de valores praticados pelas empresas de licenciamento que, supostamente, faziam parte do esquema.

Algumas vezes, o valor pago pelos empreendedores às empresas indicadas pelos acusados poderia chegar até em três vezes o valor normal cobrado por empresas locais.

O tempo foi escasso para tratar do tema, diante dos vários acontecimentos, mas vamos desdobrando os principais indícios ao longo da semana. Fiquem ligados na Folha!

Como a Prefeitura vai lidar com mais esta denúncia?

O sigilo da Polícia Civil na 8ª fase da Operação Cáritas surpreendeu. Nada vazou, todos foram pegos de surpresa.

A ação policial implodiu como uma bomba no Paço Municipal.

A grande pergunta é: como a Prefeitura e o prefeito vão lidar com mais esta denúncia de corrupção?

Além de colocar ordem na casa, moralizar o processo, a Prefeitura vai ter que reestruturar uma secretaria vital para o desenvolvimento social de Canela. Hoje, o Meio Ambiente está parado, porque os principais servidores, assessores e chefes, foram afastados. A coisa é tão complicada que o expediente externo foi suspenso até 29 de maio.

A nota oficial da Prefeitura foi protocolar que quase chegou a ser inocente, com o perdão do trocadilho.

MDB é a favor da manutenção de Alberi Dias

Recente reunião da cúpula do MDB de Canela fechou questão no apoio a Alberi Dias e orienta que seus vereadores votem contra a sua cassação em processo disciplinar na Câmara de Vereadores.

Pelo menos dois vereadores do MDB são contra a orientação, mesmo assim o partido segue firme.

Até o momento, não é possível saber, pelas tendências, qual será o futuro de Alberi no Legislativo Canelense, mas se sabe que a tendência do MDB é continuar negando o que acontece na cidade e passando pano… Aliás, haja pano.