Canela,

6 de maio de 2024

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Casa Vitória completa um ano de atendimento às mulheres vítimas de violência

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Na terça-feira (24), a Casa Vitória, unidade de acolhimento para mulheres vítimas de violência completou um ano e para marcar a data, a Associação Coração de Ouro reuniu a rede de proteção do município para uma atividade de agradecimento pelo trabalho de todos.

O encontro também foi para homenagear o “Agosto Lilás”, que é uma campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, instituída por meio de lei estadual que tem objetivo de intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência, divulgar os serviços especializados de rede de atendimento à mulher em situação de agressão e os mecanismos de denúncia existentes.

“Todos aqui presentes fazem parte de nossa rede, e somos muito gratas a toda a humanização do serviço que é uma grande conquista para Canela”, destacou Natalí Brocker, coordenadora da Casa Vitória. Natalí também destacou que já passaram na casa, 282 mulheres que deram o primeiro passo para tentarem sair do ciclo de violência. “Já consideramos uma vitória a atitude dessas mulheres guerreiras”, ponderou.

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COMO SURGIU A CASA VITÓRIA

A implantação da casa foi possível devido a participação, colaboração e empenho de muitas entidades e pessoas. Também é destacado destacada a efetiva participação e apoio da juíza Simone Chalela.

O local é de proteção, abrigo e apoio às mulheres: proteção contra a violência, abrigo contra a agressão e apoio para começar uma nova vida. As portas da casa ficam abertas 24 horas por dia, sete dias por semana. “Sem a rede de apoio dos demais serviços, sejam eles familiares, socioassistenciais, de segurança, saúde e educação, não conseguiríamos os mesmos resultados no trabalho de enfrentamento à violência. Sempre com o cuidado com a realização de um atendimento humanizado que elas encontram aqui”, comentou a secretária de Governança, Planejamento e Gestão, Carmen Seibt de Moraes que no encontro representou o prefeito Constantino Orsolin. “Trata-se de uma política pública de fundamental importância para a nossa cidade, tendo em vista a necessidade de promover os direitos humanos fundamentais das mulheres que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade social, especialmente nesse contexto atual de grave crise econômica e agravamento das desigualdades, uma realidade que atingiu de forma mais contundente as mulheres”, avaliou Carmen.

COMO FUNCIONA

A juíza Dra. Simone Chalela relata que o local serve para atender todas as vítimas de violência doméstica que registrarem ocorrência, independente da necessidade ou não de acolhimento. Depois da expedição da medida protetiva é agendado atendimento psicológico na instituição seguido de acompanhamento jurídico inicial, serviço que a OAB Canela/Gramado presta por meio de advogadas voluntárias. “Tenho muito orgulho em fazer parte da história da Casa Vitória, e de ter lhe dado o nome, que surgiu da união de esforços e cooperação recíproca de organizações públicas e privadas em prol do fim da violência doméstica no Município. Mesmo sendo a décima quarta casa em todo o Estado, e única que realiza esse atendimento diferenciado, muito ainda precisa ser feito para que possamos mudar a realidade, em que o alto número de casos de violência doméstica chega a patamares assustadores.
Ainda espero que a Lei Maria da Penha seja efetivada em sua integralidade, acompanhado de políticas públicas eficazes para a educação das gerações futuras, que nos possibilitarão viver numa sociedade igualitária de fato e de direito, em que todos, independente de gênero, tenham seus direitos respeitados”, fala Dra. Simone.

A presidente da OAB Subseção Canela-Gramado Anne Grahl Müller destacou que “A união de forças para a criação da casa de acolhimento é um orgulho para a OAB Canela-Gramado. Estamos vendo o resultado do nosso trabalho, em especial das advogadas que se disponibilizaram a prestar a orientação jurídica de forma pro bono, auxiliando através de um atendimento digno destas mulheres que tanto precisam de carinho. Contamos com a ajuda da advocacia, em mais uma ação social de amor ao próximo, de responsabilidade social e em defesa da cidadania, principalmente para estas mulheres que querem ser donas de seus próprios destinos, saindo dessa vida de direitos violados”.

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INFRAESTRUTURA

O espaço conta com sistema de câmeras; quartos respeitando a individualidade de cada família; sala de acolhimento com equipe técnica; cozinha/lavanderia; banheiros; sala de entretenimento infantil; sala de TV; e disponibilidade de transporte nos casos de deslocamento da vítima. A casa de acolhimento prevê o atendimento de até 15 mulheres, em funcionamento ininterrupto, 24 horas por dia, sob plantão.

Fotos: Clauber Maciel