Esgoto está sendo jogado direto na rede pluvial e, com o vazamento, se acumula a céu aberto em frente ao Legislativo
Um cano entupido vem causando dor de cabeça para poder público, empresários e comunidade na Rua Dona Carlinda. Ainda, revela uma série de erros e irregularidades cometidas pela Câmara de Vereadores e Prefeitura de Canela, quando da realização do esgotamento sanitário dos prédios. A reportagem da Folha verificou os fatos após denúncia de leitor.
Já há algum tempo, a Câmara de Vereadores enfrenta o entupimento e transbordamento de seu esgoto, fazendo com que ele corra por cima do passeio público e empoce junto ao cordão rebaixado para entrada de carros. Além do odor característico de esgoto cloacal, quem caminha pelo passeio púbico precisa desviar ou passar por cima do esgoto, que já chegou a deixar restos de dejetos espalhados na calçada.
Ao tentar resolver o vazamento, a direção da Câmara se deparou com um problema ainda maior. O esgoto da casa legislativa está misturado em um único cano, reunindo calhas, pias e sanitários, sendo jogado diretamente na rede pluvial.
Não foi possível precisar se a ligação irregular do esgoto da Câmara de Vereadores de Canela está assim desde a construção do prédio ou se foi desviada quando as calçadas foram reformadas. O fato é que este esgoto está indo direto para a rede que deveria recolher apenas água da chuva e, consequentemente, jogado na natureza.
O quadro piorou quando houve a constatação de que parte do esgoto do prédio da Prefeitura também está sendo lançado diretamente na boca de lobo, estando tão irregular quanto o da Câmara.
A Rua Dona Carlinda conta com esgoto cloacal, inclusive a Câmara de Vereadores paga a taxa de esgoto, mas não está ligada no sistema. A Corsan, responsável pelo serviço, esteve no local, mas alegou que deve ser informada onde estão os canos das redes de esgoto para que possam ser conectados à rede, mas, eles devem estar separados, ou seja, somente o esgoto clocal é ligado ao sistema de tratamento, o que não é caso da Câmara, que também não possui filtro, fossa e sumidouro.
Prefeitura e Câmara devem, agora, localizar onde estão suas redes de esgoto e separá-las para que possam ser conectadas à rede de tratamento. Não está descartada a abertura do asfalto para que aconteça a ligação junto à rede cloacal.
Corsan, Prefeitura e Câmara devem deixar de lado a burocracia e tradicional demora dos órgãos públicos para resolver este problema, não só por uma questão de saúde pública, devido ao esgoto a céu aberto no centro da cidade, mas também para se regularizarem, pois, eles, órgãos fiscalizadores, são responsáveis por dar o exemplo e não jogar esgoto em natura nas ruas da cidade.
Imagens: Francisco Rocha