Canela,

12 de maio de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

As trilhas da discórdia no Parque do Palácio, a treta da hora em Canela

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O Parque do Palácio é, na minha opinião, com base nos meus 25 anos de jornalismo, o objeto de ação, ou falta dela, que mais causou opiniões contrárias em Canela.

Isso pode ser visto na audiência pública realizada pela Câmara de Vereadores na última quarta (15), quando centenas de pessoas lotaram o plenário para se manifestar e ouvir explicações.

Por parte da Prefeitura as explicações foram poucas, coube ao secretário de Governo, Gilmar, explicar o que já sabemos: existe um gravame na escritura de doação que obriga a construção de um centro de evento, caso contrário, perde-se a área.

Acontece que parte da comunidade não quer o centro de convenções no Parque. Quer que ele siga sendo uma área de lazer e práticas esportivas, além de área de preservação ambiental, com conservação e investimento da Prefeitura.

Se só esse fosse o problema, ainda tem a permuta da área do Centro de Feiras, a qual segue sem maiores explicações.

Eu falava com um amigo ontem sobre isso e ele me dizia que não tinha opinião sobre o assunto, pois lhe faltam informações para poder se posicionar. Este meu amigo é um cidadão esclarecido e, mesmo assim, está confuso com tudo o que está sendo dito de parte a parte.

E é exatamente este o grande problema dos governos de Constantino, a falta de diálogo com a comunidade. Eu tenho certeza de que na cabeça do prefeito deve haver um projeto, mas o mesmo não vai para o papel, não é divulgado na sua íntegra e, muito menos, debatido com a comunidade.

Pior ainda se você falar contra o projeto, daí um monte de gente da Administração fica brabo. Convenhamos, prefeitos, secretários e vereadores não são pagos para ficar brabos com o cidadão. Não adianta ficar magoados, eles têm a obrigação de escutar, orientar e atender o cidadão.

Já escrevi isso milhares de vezes, mas vou escrever de novo, de repente chegue ao destinatário: é preciso mais diálogo e transparência por parte do Governo Constantino. Talvez, se houvessem, não teríamos tanta discórdia.

Eu discordo da permuta e penso diferente sobre o Parque

Este colunista é contra a venda do Centro de Feiras. É uma área nobre, já é do Município, sem restrições, ou seja, deve ser melhor utilizada. Fazer ali um grande e bem equipado ginásio municipal, ladeado com duas grandes salas para convenções. Ambos problemas estariam resolvidos.

Mas a teimosia de lado a lado não deixa a coisa fluir. Duvido que uma comitiva canelense, explicando a posição da comunidade, tendo os principais partidos políticos junto aos deputados estaduais, não revertesse esta posição do Governo do Estado.

A gente tem no Teatrão uma história parecida, ficou anos abandonado, depois, reformaram a toque de caixa e deu no que deu, favorecimentos, crimes contra a administração.

Além do mais, quem me conhece sabe que não gosto do PT, mas o ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Ponte, hoje morador de Canela, foi perfeito em sua colocação, temos que pensar Canela 30 anos para frente.

Ele questionou: imaginem Porto Alegre sem o Parcão, sem a Redenção ou sem a Orla revitalizada do Guaíba. E tem razão.

Tem questões que transcendem a política, são maiores que as pessoas e os partidos. Não é muito difícil entender. Parece ser impossível aceitar uma opinião diferente.

As vezes parece que é de propósito. As vezes parece que é birra e em outras parece que os caras fazem questão de se enrolar.

Câmara de Canela não tem audiência, não tem representatividade

Impressionante como a Câmara de Vereadores de Canela, a cada semana que passa, perde credibilidade e se esvazia.

Ela deveria ser uma caixa de ressonância dos anseios da comunidade, mas hoje não ecoa nada, coisa nenhuma.

Talvez seja porque está jogando, há duas legislaturas, com time reserva. A maioria, governista, nem disfarça que está ali para atender os desejos do governo.

Assim, cada vez mais, a casa deixa de ser do povo. Não tem ressonância, não tem audiência e não tem representatividade popular.

Agora, que tem uns 3 ou 4 que acreditam que sabem mais que todo mundo, inclusive devem acreditar que comunidade não sabe e não tem condições de saber o que quer, isso tem. São os mesmos que ficam #magoados ou #fullpistola quando contrariados.