Canela,

27 de abril de 2024

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Escolas estaduais de Canela ficam sem merendeiras após falta de pagamento por empresa terceirizada

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Situação já havia sido alertada pela reportagem da Folha no início do mês

A Escola Estadual Danton Corrêa da Silva está sem duas merendeiras desde ontem (20), quando as funcionárias de uma empresa terceirizada se demitiram por falta de pagamento.

A situação já havia sido alertada pela reportagem da Folha no dia 2 de junho. A empresa que fornece as merendeiras para a 4ª Coordenadoria de Educação, a qual Canela pertence, é uma terceirizada do Governo do Estado. As profissionais revelaram à reportagem que a empresa alega não estar realizando o pagamento em razão de problemas do próprio Governo do Estado.

Desta forma, a escola Danton segue com apenas duas merendeiras para atender a demanda de alunos em dois turnos, o que obviamente não é suficiente.

A reportagem entrou em contato com as demais escolas estaduais de Canela para averiguar a situação. Na Escola Carlos Wortmann, o quadro de merendeiras está completo, porém, uma funcionária terceirizada que atua no turno da manhã está sem receber desde o mês de maio, porém, segue se apresentando para o trabalho.

Na Escola Pedro Oscar a situação está normal, pois não possui funcionários terceirizados, assim como na Escola Luíza Corrêa.

Já na Escola João Corrêa, a situação também é complicada, pois das duas merendeiras terceirizadas também desistiram da vaga por falta de pagamento, deixando o educandário com a metade do quadro ideal.

Na escola Adolfo Seibt, que atende 448 alunos, são três merendeiras, sendo uma terceirizada. Esta funcionária não recebe seus salários e vales desde maio e já comunicou que deve abandonar a vaga por falta de pagamento.

Desta forma, enquanto a empresa terceirizada culpa o Estado e o Estado culpa a empresa, quem sai prejudicada é a comunidade e as servidores, que seguem sem receber por aquilo que trabalharam.

Maior restaurante da região

O diretor da Escola Neusa Mari Pacheco – CIEP, define o refeitório da escola como o maior restaurante da região, uma vez que o educandário serve refeições em três turnos. “São mais de 800 alunos que são servidos, com três refeições por dia”, explica Márcio Boelter.

“Não fomos contemplados com merendeiras, nem auxiliares de limpeza, terceirizadas, nossas funcionárias são todas do quadro do Estado, mas, para atendermos nossa demanda, precisaríamos pelo menos mais uma funcionária, pedido que já foi feito ao Estado, mas até o momento não foi atendido”, finalizou o diretor.

Contraponto

Novamente nossa reportagem contatou a 4ª Coordenadoria de Educação, que nos respondeu o que segue:

“Sobre a situação do pagamento das merendeiras na região da 4ª CRE, de Caxias do Sul, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informa que a empresa Always, terceirizada responsável pelo serviço, atrasou a entrega da documentação comprobatória dos funcionários, o que impediu, temporariamente, a realização dos repasses por parte do Estado.

Os repasses serão parcialmente regularizados até o final desta semana conforme os documentos apresentados até o momento. A Seduc aguarda a complementação dos dados dos funcionários, bem como os comprovantes dos pagamentos previstos em lei, como vale alimentação e vale transporte, para que possa efetuar o restante da verba mensal à contratada.

A Seduc reitera ainda que a empresa já foi notificada por seu atraso. Caso não atenda as normativas previstas em lei, pode ser multada e incluída no Cadastro de Fornecedores Impedidos de Licitar (CFIL)”.