Muito se fala das crianças com falta de limites, sem objetivos, perdidos e que parecem sem perspectiva para sua vida. E sim isso está muito mais comum, porém não deveria se tornar normal.
A figura masculina paterna dentro da vida sistêmica tem a importância de mostrar o caminho, levar para a vida para a ação. Ter objetivos e uma rota para a vida vem da força do pai, do convívio e dos exemplos que aprendemos com eles.
Para perceber a diferença da figura da mãe e do pai, vou dar um exemplo: a mãe protege, acolhe, orienta e cuida. O pai leva pra vida, incentiva a enfrentar os obstáculos. Percebemos esta diferença quando levamos as crianças na pracinha, a mãe fica de olho e fica repetindo para cuidar, ir devagar e o pai nem olha muito e se acontece algo, já diz para levantar que não foi nada e incentiva a continuar.
Cada um tem seu papel de importância, e assim aprendemos e essas descobertas se complementam. Porém como a figura paterna é muito ausente, ficamos com esta falta de força, coragem, direção e objetividade. E isso se leva para a vida, onde não se completa nada que começa, não tem objetivos e faz as coisas por fazer.
Tudo isso reflete também na sala de aula, onde não se tem limites e muitas vezes se torna um peso para a educadora, onde deveria ser um dia a dia leve e fluído, fica tentando colocar ordem e limites que faltaram vir de casa, de onde parte a educação.
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A figura paterna não precisa estar presente e sim que a mãe incentive que a criança tenha essa força em seu coração. Pois somos a mistura de pai e mãe e isto não tem como ser desfeito. Quando falo mal de um ou do outro, estou falando mal de parte do meu filho ou aluno.
Tendo essa clareza passe a observar seu comportamento e também dos seus filhos e alunos. Muitas mães tem orgulho de dizer que são pãe de seus filhos e isto não existe e trazem pra si o orgulho de ser pai e mãe, porém isto causa uma desordem muito grande a todos os sistemas.
Numa conversa com uma mãe que excluía o pai do seu filho e isto causava muitas dificuldades nesta criança, perguntei se você não tivesse conhecido o pai do fulano, como seria sua vida? Ela respondeu chorando: eu não teria a coisa mais importante da minha vida. Ou seja, quando se trás para a consciência as lacunas que deixam esta falta podem ser preenchidas, de forma que esta criança se desenvolve muito rápido.
O problema é que não quero olhar para o que me dói ou me machucou, porém se não olhar esta ferida vai continuar ali, latejando e me deixando com mais dor. Quando olho, identifico e transformo em amor, por mais que tenha me machucado, olho com outros olhos, pelo bem do meu filho e para seu crescimento e desenvolvimento saudável.
Afinal quero o bem da minha família e sei que preciso fazer alguma troca de pensamento e comportamento. E não esqueça: “EU VEJO VOCÊ.”