Canela,

28 de abril de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Centro de Feiras poderia ter muita utilidade para Canela. Você concorda com a venda?

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Ginásio na Celulose é bom, mas terá os mesmos problemas do Santa Marta nas restrições de utilização

A Prefeitura de Canela parece já ter se dado conta e admitido, ainda que contragosto, que o esporte é uma pauta importante para a comunidade e que a construção de um ginásio municipal entrou de vez no rol de anseios da população, que vê Gramado voando nesta área.

Porém, o prefeito Constantino insiste na venda do Centro de Feiras. Nesta semana, a Prefeitura enviou release divulgando onde investiria os recursos provenientes da venda do mesmo, o qual, nós aqui da Folha, democraticamente divulgamos, mesmo este colunista e editor sendo contra a venda do espaço.

Entre as áreas divulgadas para destino do recurso, está a construção de um ginásio no espaço do campo Celulose, pertencente à Prefeitura, o que seria fantástico como complemento e ferramenta da Educação, mas, porém, todavia e entretanto, algumas coisas precisam ser ditas.

Hoje, Canela está sem condições de desenvolver atividades plenas no Ginásio Carlinhos da Vila, no Santa Marta, pois ele foi transferido da Educação para a Secretaria de Governo.

A mudança foi feita porque, estando vinculado à educação, algumas coisas, como a manutenção da copa com venda de bebidas alcoólicas não poderiam continuar. Da mesma forma, o espaço era adequado para atender os alunos e não as competições esportivas, ainda que as mesmas acontecessem ali. Acreditem ou não, elas se conflitavam e a Secretaria de Educação estava certa, a prioridade é os alunos.

Então, qual a solução? Construir um espaço que seja destinado às competições, que pertença ao esporte e não tenha vinculação.

Cada pavilhão do Centro de Feiras mede exatamente o mesmo que o Ginásio Carlinhos da Vila, o que proporcionaria a criação de duas quadras, sendo uma de tamanho oficial, permitindo receber jogos de federações. Além disso, o estacionamento do Centro de Feiras é 150 metros quadrados maior que o do Perinão, para efeitos de comparação. Viva o georreferenciamento!

O Carlinhos da Vila veio antes da escola, em um terreno que não foi comprado com dinheiro da educação e construído sem verbas da educação. Mas, a reforma no local, as melhorias e os vestiários foram feitas com verba da secretaria, assim como a manutenção do ginásio era feita assim.

Resultado: deu confusão. Hoje, já se sabe que se as competições iniciarem em março, não haverá barzinho no ginásio da Santa Marta e, até onde eu sei, agora, dia 15 do mês mais curto no ano, as reformas anunciadas ainda não iniciaram. A 3ª divisão tem previsão de início em 05 de março.

Mas e a Celulose? Bom, a Celulose foi adquirida também pela educação e pior, lá tem verba do Fundeb, ou seja, dinheiro federal. Se construir um ginásio lá, o mesmo ficaria vinculado eternamente à educação, com impasses administrativos e legais mais complicados que na Santa Marta.

Além disso, a própria ferramenta de georreferenciamento da Prefeitura mostra que o espaço proposto para a construção de um ginásio, na Celulose, permite uma estrutura menor que o Carlinhos da Vila. Ainda, se for fazer atrás do campo, precisa corte de árvores nativas e guardar o recuo do arroio Canelinha, que passa nos fundos do imóvel, por questões ambientais.

A solução seria acabar com o espaço do gramado para construir o Ginásio? Ou desmanchar o casarão que era a sede da associação da Celulose? Desvestir um santo para vestir o outro?

Um ginásio para receber jogos oficiais da liga nacional de futsal, por exemplo, deve ter capacidade mínima para mil expectadores nas primeiras fases e duas mil pessoas a partir das quarta de final. Um ginásio pequeno, construído onde quer que seja, não poderia trazer grandes eventos esportivos.

É necessário que se entenda que este colunista não tem nada contra o ginásio da Santa Marta, nem contra a Celulose. O que eu penso é que a comunidade esportiva canelense merece este investimento que nunca foi feito, por prefeito nenhum, a construção de um centro esportivo desvinculado de outras áreas, criado para atender exclusivamente ao esporte, assim como tantos outros municípios possuem.

Na reunião promovida por Constantino, para ouvir a base sobre a venda do Centro de Feiras, Marcelo Savi e Luciano Melo foram contra.

Ah, se alguém vier com o argumento que a estrutura do Centro de Feiras está condenada, traga junto o laudo do engenheiro que condenou, tá? Porque eu não caio nessa conversinha pra boi dormir.

Quem sabe, até daqui duas semanas, que é quando deve acontecer a votação de autorização de venda do Centro de Feiras, os vereadores se convençam que este não é um bom negócio e que o prefeito tenha um “insight” que, neste ano eleitoral, seria um golaço investir meros R$ 4 milhões do superávit que tivemos em 2023 transformando o Centro de Feiras em um ginásio/centro esportivo de dar inveja em cidades que há muito investem forte no esporte.

Está caindo de madura a ideia. Sonhar não custa nada, quem sabe eles leiam esta coluna e retomem a razão, né?