Canela,

12 de novembro de 2024

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Cabelo

OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

Opinião Forti: O Primeiro Debate

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Acompanhei no auditório da UCS a todo o debate com os candidatos a prefeito em Canela. Você que prestigiou em casa (aliás que baita audiência) certamente tem suas conclusões. Eu sempre parto do pressuposto que o leitor da Folha tem opinião própria e justa sobre tudo o que noticiamos e também divulgamos. Porém minha coluna é de opinião e você pode discordar o tempo todo. Faz parte. E provavelmente vai acontecer com as impressões que passarei abaixo. Já quero deixar claro que você que é membro incondicional do fã-clube de candidato A, B ou C também tem total direito de pensar diferente.

Sobre Andrei Mendes
Para mim a grande novidade do debate. Até por sua formação a oratória se sobressaiu. Falou sob o prisma do seu viés de esquerda mas foi moderado em diversos assuntos. Não se acanhou com o fato de ser primeira candidatura ao executivo e teve papel importante durante as mais de duas horas de evento. Acho que poderia ter se aprofundado mais nas questões ligadas a educação mas foi muito bem ao falar sobre a diversidade de matrizes econômicas.

Sobre Enfermeira Cristina
Visivelmente nervosa, Cristina não esteve a vontade neste primeiro encontro. Em alguns momentos deixou de usar minutos que poderiam ser importantes para quem está em uma candidatura inédita e se apresentando como via alternativa. Cristina demonstrou muito conhecimento na sua área, a saúde. Falou muito bem sobre a valorização dos profissionais que transitam por UBS e hospital mas quando saia de sua seara acabava se atrapalhando. A tendência é que, com a campanha, Cristina acabe evoluindo e se soltando. Mas neste encontro deixou a desejar.

Sobre Erni Schaeffer
Erni não é marinheiro de primeira viagem mas também ficou devendo. Em alguns momentos se confundiu com temas e está usando muito a questão da saúde como chamariz para um novo tipo de turismo. Erni é empreendedor e conhece o público que lhe interessa. Está tentando colar na direita que escolheu Jair Bolsonaro como seu representante máximo. Senti falta deste lado mais sucinto e direto que os eleitores do ex-presidente gostam.

Sobre Gilberto Cézar
Não podemos negar o fato de que Gilberto foi o primeiro dos candidatos a colocar o seu nome em jogo e se vender como antagonista da administração. Mas claro que o candidato do PSDB teve seu nome ligado a administração por seis anos e isso também iria ser usado contra ele. Cézar mostrou mais combatividade na segunda parte do debate e é muito articulado. Focou no fato das prisões do atual governo e tentou ser propositivo quando pode. Acho que ainda deve subir o tom em alguns momentos e poderia ter falado mais sobre assuntos que são importantes a sua pauta como desburocratização e diminuição dos CC’s, que foi citada mas poderia ter sido melhor explorada.

Sobre Marcelo Savi
O escolhido da situação jogou o jogo que lhe convém. Marcelo é uma pessoa que fala o que dá na telha e isso é de sua personalidade. Em certos momentos até parecia que é oposição ao atual governo porque concordava veemente com críticas que outros candidatos faziam. Teve bons momentos, inclusive no embate direto com Gilberto Cézar. Achei que iria usar mais a carta clássica do MDB de asfalto e lâmpada de LED mas focou em pautas diferentes como segurança pública e também as escolas de turno integral. Poderia ter desenvolvido melhor sua tese sobre mobilidade urbana, quando citou a saída da cidade pela Getúlio Vargas, ainda mais tendo sido secretário de obras do governo por bastante tempo.

Sobre o debate em Si
Foi excelente para termos uma noção de como funcionam as mentes dos postulantes ao cargo máximo da cidade. Teremos outros encontros entre os candidatos e certamente outras impressões sobre eles. Ressalto que a minha análise aqui foi sobre a atuação nas duas horas do evento. Sem emitir juízo sobre cada campanha em si. Discorda? Ok! Concorda, ok também!