Quem diria que eu citaria Engenheiros do Hawaii em um texto meu? Quem me conhece sabe que não morro de amores pela banda liderada por Humberto Gessinger. Na real, nem acho a banda gaúcha tão ruim, apenas superestimada. E alguns fãs são chatos. Não no nível dos fãs dos Beatles. Esses são insuperáveis.
Voltemos ao cerne principal da coluna: a letra de “Toda Forma de Poder”. Nela, Humberto faz uma crítica aos políticos em um período em que o país saía de uma ditadura militar. Cita Fidel, Pinochet (poderia até citar outros, inclusive aqui do Brasil) como exemplos de discursos populistas, extremistas e, quando convém, vazios.
Você já fez uma análise do discurso do seu candidato de forma desprovida de paixão ou repulsa ao seu rival? Ele realmente tem conteúdo no que diz? Você não se cansa de ouvir certas “ladainhas”? Será que você está prestando atenção no que eles dizem, mas na verdade eles não dizem nada?
Darei uma sugestão para você: entre no site do TRE, confira o conteúdo programático de cada campanha e faça uma análise do discurso do seu candidato. Muitas vezes, a conta não vai fechar com o que ele propõe em suas falas ou com o que está escrito e registrado no TRE. E aí, pode ser que essa estrofe se encaixe bem na sua reação ao entender o que acontece: “a história se repete, mas a força deixa a história mal contada.”
O que é isso, companheiro?
Há boatos de discussões internas acaloradas em diversas coligações. Vereadores atravessando o samba de colegas de campanha. Nada mais normal que isso. Sempre lembrando que, internamente, a “briga” é muito acirrada. A vaga de vereador é do partido, e você precisa ficar entre os melhores dentro da sua agremiação. É aí que podem ocorrer algumas cisões.
“Matemágica”
Aliás, sobre quociente eleitoral e afins, a lei é clara: os votos são secretos e a questão da vereança está muito em aberto. Nas minhas simulações, já apareceram diversas situações. Um caso que pode acontecer (inclusive acho bem plausível, até porque não seria novidade) é o de um partido ter suplente com até 40% a mais de votos do que um eleito por outro. É possível. Lembrando que, na última eleição, acertei 10 de 11 candidatos. Minha planilha está sendo diariamente atualizada. Teremos surpresas e algumas confirmações óbvias. Mais não falo (até porque a lei não permite).
Decisões que te deixam refém
Já se passaram mais de dois anos de uma das decisões mais polêmicas ocorridas na Câmara de Vereadores de Canela. Um vereador havia sido preso por corrupção e o material apresentado contra ele era farto. Na votação pela cassação do mandato, três pessoas, além do próprio acusado, decidiram a favor da manutenção do cargo. Coincidência ou não, os três edis que, à época, estiveram abraçados ao acusado, não colocaram seus nomes à prova nesta eleição. Provavelmente, nenhum vai dizer que isso tenha a ver com o fato ocorrido, mas isso também significa que as urnas têm muito poder, inclusive o de intimidar quem toma decisões que não representam seu eleitorado.