Canela,

30 de junho de 2025

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OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

Opinião Forti: A Cézar o que é de Cézar

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Na minha última coluna pós-eleição, foquei mais na parte derrotada. Hoje, quero falar sobre os vencedores. Gilberto Cézar e Gilberto Tegner foram eleitos com expressiva maioria, o que traz uma responsabilidade ainda maior para os próximos quatro anos. Pelos números, a população não estava tão dividida quanto parecia, olhando para a batalha de narrativas. Acreditou em alguém que já foi vereador, vice-prefeito e esteve nos governos Yeda e Eduardo Leite.

Gilberto Cézar tem missões importantes: revitalizar o centro, fiador de sua eleição, já que a população dessa região o escolheu por massiva maioria. Temas como mobilidade urbana, um novo plano diretor, revitalização de espaços públicos e o calendário turístico precisarão de muita atenção do prefeito. Ele contará com a ajuda do vice-prefeito eleito, Tolão, um conhecedor profundo da cidade e seus meandros.

Nos bairros, o discurso cansado de asfalto e iluminação, usado por seus antecessores, precisará ser revisto. A população quer melhor acesso à saúde, educação de qualidade, saneamento básico e uma verdadeira solução para as questões de habitação social. O esporte cobrará novas aparelhagens, como já havia feito antes. A cultura exigirá seu espaço, e todos esperam pelo retorno do brilho no olhar de uma comunidade destroçada por pandemia, enchentes e políticos envolvidos em escândalos, sem perspectivas a longo prazo. O desafio é gigantesco, e Gilberto Cézar estava ciente disso. Preparou-se com discursos mais claros e evoluiu politicamente, contando com o apoio de cinco partidos na caminhada.

A composição do secretariado já está sendo discutida, e há uma forte cobrança por técnicos em setores cruciais como planejamento, meio ambiente, desenvolvimento econômico, saúde, turismo e educação. É hora de elevarmos o padrão. Canela merece o protagonismo, e pessoas qualificadas estão dispostas a se envolver. Que Gilberto Cézar seja tão feliz nessas escolhas quanto foi na campanha. Esse é meu desejo e o de todos que querem o bem de Canela. A eleição terminou no último domingo.

Vencedores e vencidos na Câmara

Na próxima semana, farei um balanço detalhado sobre os novos ocupantes das cadeiras na câmara. Hoje, porém, quero destacar o recado claro dado pelas urnas. Quando se entra em uma disputa pela câmara, há duas batalhas: pelo voto entre todos os candidatos e por ser o melhor entre os melhores dentro do partido. Cito aqui alguns vencedores, mesmo que um deles não tenha sido eleito.

No PDT, Grazi Hoffmann foi incansável. Lutou até o último momento por cada voto, mesclando campanha nas redes sociais com caminhadas pela cidade, e colheu os frutos: foi a mais votada. Rodrigo Rodrigues, por sua vez, foi a maior surpresa. Jovem, articulado e dedicado, ele fez um trabalho contínuo ao longo de quatro anos e acabou garantindo a segunda vaga do PDT. Já Jerônimo Rolim, apesar de não ter sido eleito, teve papel fundamental na revitalização do partido, que vinha encolhendo em eleições anteriores, mas agora cresceu.

No PSDB, o destaque foi Lucas Dias. O empresário inovou na campanha, mostrando que nem sempre é preciso gastar sola de sapato para conseguir votos. Articulado em diversas áreas e excelente comunicador, Lucas, neto do “Seu Pedro”, obteve mais de mil votos, liderando uma sigla que ainda elegeu Felipe Caputo em seu primeiro mandato e Carmem Seibt, que retorna à câmara com seu vasto conhecimento em educação. Sobre os partidos de situação, não posso esquecer da expressiva votação de Adriel Buss. Mesmo não se elegendo por seu partido não atingir o quociente, Buss fez muito bonito. Poderia e deveria estar na câmara mas as regras são claras.

O MDB, que fez a maior bancada, também trouxe novidades. Nene Abreu, o mais votado, é ligado ao bairro Leodoro de Azevedo e fez uma campanha marcante. Joãozinho Silveira destacou-se pela assistência social, enquanto Gralha teve o apoio da saúde. Danany capitalizou a ausência de Savi e Melo na disputa por votos em Canelinha e São Lucas, e Cabo Antônio foi incansável em sua caminhada.

O gente boa Jone Wulff se reelegeu após uma disputa interna no PSD com seu colega de bancada, Jefe. Ele vai para mais um mandato, agora sozinho, e se tornou um dos edis mais cobiçados do momento! Se estava de um lado na eleição, pode muito bem estar do outro a partir de 1º de janeiro. A maioria na câmara faz muita diferença, especialmente quando decisões urgentes precisam ser tomadas no primeiro ano de governo. Eu apostaria um “Bifinho do Xerox” que Jone estará ao lado da situação no início do novo mandato.

Entre os derrotados, destaco a não eleição de Alberi Dias e Emília Fulcher. Muitos acreditavam que Alberi seria o mais votado, o que pode ter prejudicado sua campanha, com votos migrando para outros candidatos. Emília, por sua vez, foi derrotada após discordar da aliança do Republicanos com a chapa vencedora. O partido agora fica sem representação na câmara, e ela está fora das articulações para o secretariado. Sobre o Progressistas, falarei mais na semana que vem, mas já adianto: nunca vi tantas decisões equivocadas em tão pouco tempo. Explicarei melhor em outra ocasião.