Caro leitor, o endividamento no Brasil cresce a cada ano, mas a conversa não é para quem já está no vermelho, e sim para você que ainda mantém sua saúde financeira e quer evitar se tornar mais um número nas estatísticas. Na minha visão, existem três pilares que levam uma pessoa a se endividar: técnico, ambiência e emocional.
1 Técnico – Falta de conhecimento sobre finanças pessoais: todos já ouviram a regra principal das finanças: gastar menos do que ganha. Mas por que tantas pessoas ignoram isso? A resposta, na maioria das vezes, está no pilar emocional, que falarei mais adiante.
Aqui estão algumas regras técnicas que ajudam a manter o controle financeiro:
– Não tenha um limite de cartão maior do que sua renda. O crédito alto dá a falsa sensação de que você pode gastar mais.
– Cuidado com financiamentos e crédito fácil. Parcelas pequenas podem parecer inofensivas, mas somadas podem comprometer seu orçamento.
– Sempre faça compras planejadas. Não vá ao shopping ou ao mercado sem uma lista, isso evita compras impulsivas.
– Compare receitas e despesas. Ter um orçamento estruturado evita surpresas e ajuda a enxergar para onde o dinheiro está indo.
– Aumente seu padrão de vida apenas com novas fontes de renda. Se quer gastar mais, ganhe mais primeiro.
– Além disso, imprevistos acontecem. Para isso, você precisa de uma reserva financeira, o ideal é ter o equivalente a seis meses do seu custo de vida guardado.
2 Ambiência – Influência do meio em que vive, seja pelo exemplo ou pela pressão social: o meio onde vivemos influencia diretamente nossos hábitos financeiros. Muitas vezes, gastamos dinheiro não por necessidade, mas porque queremos nos encaixar em um grupo ou seguir um padrão de consumo imposto pelo ambiente. Se identificar que está replicando hábitos financeiros dos outros sem pensar, pare e reavalie. Você deve consumir de acordo com seus objetivos e realidade, não para impressionar os outros.
3 Emocional – Impulsividade, consumo por status e falta de controle sobre os próprios desejos: esse é o pilar mais difícil de controlar e o mais perigoso. A maioria das dívidas não surge por falta de conhecimento técnico, mas porque compramos movidos por emoções.Mesmo que hoje você tenha dinheiro sobrando, se não aprender a controlar esses gatilhos emocionais, pode acabar se colocando em risco financeiro no futuro.
Evitar dívidas não é apenas uma questão de matemática financeira. Você precisa entender como os aspectos técnicos, o meio onde vive e suas próprias emoções afetam suas decisões de consumo. Se você seguir essas dicas, vai conseguir manter sua saúde financeira e continuar no grupo seleto dos que não entram em dívidas. Afinal, dinheiro bem administrado não traz apenas estabilidade, mas também liberdade para viver do jeito que você realmente deseja.