Canela,

11 de julho de 2025

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EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Juliana Alano

ALUGA-SE: o que está por trás dessas portas?

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Caro leitor, você já reparou na quantidade de placas de ALUGA-SE espalhadas pela cidade? Estão por todos os lados, nas ruas centrais, nas esquinas que costumavam ser movimentadas, nas fachadas que antes vibravam com vitrines coloridas, até naquela padaria que parecia tão moderna. Cada placa dessas carrega mais do que uma simples informação: é o sinal silencioso de um tempo difícil.

Por trás de cada “aluga-se”, tem uma história que não deu certo. Tem um sonho de empreender, um investimento feito com coragem, uma tentativa de gerar renda, emprego, movimento. E agora… porta fechada. Quem passa pode até se acostumar com a paisagem, mas para quem está do outro lado, sentindo na pele, não tem nada de comum.

O número crescente de imóveis comerciais vagos não é só um dado urbano, como um reflexo direto da realidade financeira que os pequenos negócios estão enfrentando. Custo alto, venda baixa, dívidas acumuladas, taxas de todo tipo e, muitas vezes, falta de apoio e orientação. Resultado? Luz apagada, chave girando e placa na porta.

Mas não é só sobre quem fechou, mas também sobre quem ainda está lutando para não fechar. Quem continua abrindo a porta todo dia mesmo no aperto, fazendo milagre com o caixa, renegociando fornecedor, cortando onde pode. E quando esse “aluga-se” começa a aparecer cada vez mais perto, o medo bate à porta de quem ainda está tentando resistir.

Esse cenário é um grito mudo para a sociedade, para o poder público, para nós consumidores e também para quem empreende: não dá pra continuar do mesmo jeito. A cidade está gritando por mudança. E quem sabe, se a gente parar para escutar, ainda dá tempo de virar esse jogo.

Abrir um negócio é fácil, difícil mesmo é fazê-lo durar. Muita gente entra no empreendedorismo com paixão, mas sem planejamento. Esquece de fazer conta, confunde o dinheiro da empresa com o do bolso, e só descobre que está no prejuízo quando o caixa já está no vermelho. Sem capital de giro, qualquer imprevisto vira tempestade.

Outro problema é querer vender o que todo mundo já vende, do mesmo jeito. Sem diferencial, sem marketing, sem bom atendimento, fica difícil conquistar e manter clientes. Isso sem contar os tropeços na gestão: fornecedor que some, equipe sem preparo e dono cansado que começa a se perguntar por que inventou isso tudo. Empreender é lindo, mas precisa de pé no chão, números na ponta do lápis e coragem para aprender, pelo menos é o que vejo todos os dias nos meus atendimentos de consultoria empresarial financeira.

Por enquanto, o que se vê na cidade são portas fechadas. Mas talvez, se a gente entender o recado, consiga reabrir algumas delas, com mais consciência e conhecimento, apoio mútuo da gestão pública e, quem sabe, um novo jeito de fazer as coisas. Oremos por dias melhores com mais negócios prósperos gerando empregos e menos aluga-se!