Canela,

3 de janeiro de 2025

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Chico

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Francisco Rocha

Desenhando: a batalha da Ingool, a escolinha e a militância digital

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Às vezes, a gente tem que desenhar!

Publiquei, quarta, em minha coluna, a possibilidade da Prefeitura adquirir o Ginásio da Ingool, para transformar em um ginásio municipal poliesportivo, o suficiente para um monte de internautas invadirem o post com comentários, na sua maioria, brigando com a notícia. Até uma petição pública contra a ação foi criada.

Escrevo esta coluna antes mesmo de saber o resultado da reunião entre os proprietários da Ingool e a Prefeitura. Na minha opinião, não sai negócio, não me parece uma ação prioritária para o prefeito Constantino. Mas o que irrita mesmo é ter que explicar o óbvio para quem lê o título e não lê a matéria, ou lê e se contrapõe sem conhecimento ou por motivações políticas.

Vamos lá: quanto à cancha de society (Fut7). O empreendimento é particular e os proprietários já definiram que vão vender e se não vender, vão mudar o modelo de negócio, ainda que siga na área do esporte, então, explicando para quem não quer entender: o campo de grama sintética está com os dias contados, de uma maneira ou de outra!

Quanto à escolinha que lá está instalada, ela não é da Prefeitura, é da Associação Educacional Cidade das Flores, a qual é contratada pela Prefeitura para ceder vagas na educação infantil. A escolinha funciona desde 2016 em um espaço alugado e este é uma celeuma que terá que ser resolvido entre a associação e os proprietários, que não querem seguir com o contrato, mesmo que o ginásio não seja vendido logo.

Ou seja, a escolinha vai ter que sair e encontrar outro espaço, em um problema que duas empresas particulares devem resolver entre si. Quanto às vagas, não acredito que nenhuma seja perdida. A associação, uma entidade privada que vende vagas, vai dar seu jeito de continuar oferecendo seus serviços e a Prefeitura vai seguir comprando as vagas.

Entendo que os pais e as crianças estejam apegados à estrutura oferecida, mas o caminho da mudança de endereço parece definitiva, mesmo que ali seja instalada uma cancha de bolinha de gude, mais cedo ou mais tarde, a escolinha vai sair, porque os donos da área querem assim e, graças a deus, aqui no Brasil, a gente ainda tem o direito de fazer o que quer com a nossa propriedade. Resumindo: a escolinha vai sair, se a Prefeitura comprar ou não!

Óbvio que no caso de o negócio se concretizar, a Ingool seria mais um espaço e não o ginásio municipal dos sonhos e definitivo de Canela. Mas seria um passo gigantesco para o esporte de Canela, uma vez que quem não tem quase nada, ter uma estrutura como aquela seria muito bom.

Uma coisa não inviabiliza a outra, deveremos seguir lutando pela estrutura premium que queremos e merecemos, seja na Celulose, seja onde for. Mas a verdade é que os R$ 9 milhões destinados a isso não constrói um novo ginásio, porém compraria um pronto, usado e com boas condições de uso, o que resolveria grande parte do problema em pouco tempo.

Vale lembrar que o ótimo é inimigo do bom. O problema é que em época de campanha política aparece entendido de tudo quanto é lado. Quem nunca chutou uma bola na vida, nunca levou um filho ao ginásio, nunca deu uma manchete, vira especialista no assunto.

Novamente, em minha opinião, quanto mais espaços esportivos públicos, melhor e uma coisa não inviabiliza a outra.

O que não podemos é confundir o que é público e o que é privado, exigindo de particulares obrigações que não lhes pertencem. Neste sentido, entro agora na questão da militância digital.

Este jornal é uma empresa privada, sob responsabilidade técnica do CPF e registro profissional deste jornalista que vos escreve (MTB/RS 10.253). Temos sido atacados pela militância digital há algum tempo, é assim toda a eleição, de todos os lados e cores partidárias.

Se não compramos a ideia ou o nome de determinada corrente política, vem a represália nas redes. Então, aqui vai o aviso aos senhores, não compramos e não vamos comprar nada, pois não temos políticos de estimação. Seguiremos trabalhando nos limites éticos e legais, que é o que nos cabe fazer. Não gostou? Adoça.

Desde 2012, este tem sido o veículo de comunicação em Canela que antagoniza com a Administração Municipal quando necessário, independente de quem está no poder. Fomos, por muito tempo, a única voz que trouxe denúncias e reportagens enquanto hoje quem contrapõe e nos ataca estava sentado em colo de políticos e garantindo bons salários ao final do mês.

Militem, irritem, empunhem bandeiras, mas não usem nossas redes para mentir ao leitor e, por favor, não encham o saco.

Lembrem-se, seremos a Folha com nosso editorial presente, independente de quem vencer a eleição.

Aliás, estou saindo de mini férias hoje. Volto daqui há alguns dias, um abraço a todos.