Hoje solicitei à assessoria de Gilberto Cezar e Gilberto Tegner, prefeito e vice eleitos para governar Canela de 2025 a 2028, uma agenda para uma pauta específica de entrevista: esporte.
A assessoria me retornou com a resposta de Cezar: seria necessário aguardar mais um tempo para falar sobre o tema. Mas, teimoso como sou, vou escrever assim mesmo, pois, precisamos falar sobre o esporte de Canela.
A Folha tem chamado a atenção deste assunto e, também graças aos nossos esforços, o esporte entrou de vez na pauta da política municipal, inclusive movimentando a cena política por semanas (de nada).
Nesta manhã, Gilberto (Cezar) esteve na Clube FM, falando sobre diversos temas, e está tudo bem, ele deve mesmo atender estes convites. Lá ele falou brevemente sobre esporte.
Disse que precisa ver qual a ideia da atual administração, se é construir um ginásio novo ou comprar um existente. Essa última opção, deve se referir à Ingool, tema que falarei mais adiante, nesta coluna.
Sobre cultura, ele disse que são uma sequência de coisas, primeiro os equipamentos culturais, que não temos, depois o calendário de eventos com os já existentes e depois agregar novos eventos. Perfeito.
Trazendo este raciocínio para o esporte, segue a mesma lógica. Primeiro, não temos um equipamento esportivo adequado, nem perto de ser regular.
Mas o resto, isto temos. Para falar de calendário, são mais de 15 competições neste ano, promovidas pelo DMEL, que vem fazendo um grande trabalho. Resgataram o Fut7, o Vôlei Masculino e Feminino e todas as categorias do Futsal serão atendidas.
Ainda assim, tem espaço para outras modalidades. O que falta é o equipamento esportivo.
E voltamos, forçadamente, no assunto do ginásio, que é o principal equipamento. Novamente, nada contra, geograficamente, o Carlinhos da Vila, no Santa Marta. Em uma rodada do veterano deste ano, tinha mais pontos com goteiras que secos na quadra, milagre que ninguém se machucou.
Ali, de cara, seria necessário a troca do placar, a construção de dois novos vestiários, trocar o piso, colocar mais arquibancadas, reabrir a copa e consertar o telhado. Isso sem falar nas câmeras de segurança, iluminação e reforma externa, melhorar o estacionamento e fechar o pátio.
Sem falar que só está tendo jogo porque o DMEL, com dinheiro do bolso e a ajuda de alguns esportistas, consertou parte do piso e o placar. Aliás, o trabalho do DMEL tem sido destaque, apesar do descaso da atual administração com o esporte nos últimos anos. Assim mesmo, eles têm feito acontecer, apesar da Administração.
Dito isto, vamos ao que eu penso. Será um milagre terminarmos o calendário esportivo 2024. Perdi as contas das rodadas adiadas por falta de condições de jogo no ginásio.
Então, Gilberto e Tolão, após falarem com o atual governo, seria interessante, acolhedor e produtivo, falar com quem entende do assunto, os esportistas de Canela. Aqueles que pisam nas quadras mesmo, para saber as necessidades e dores desta turma.
Assim como se fala toda hora que o trade vai ser consultado e o pessoal da cultura vai ser ouvido, chegou a hora de reunir os representantes das equipes e escolinhas canelenses e ouvir o que eles têm a dizer.
Todos, sem exceção, sonhamos com uma Arena Jaraguá ou um centro municipal de eventos como o de Carlos Barbosa ou Venâncio Aires (sim, me xinguem a vontade, mas o exemplo gramadense endeusado por todos não é nem de longe um dos melhores do Estado, mas, nem todos estão prontos para esta conversa).
Porém, todavia e entretanto, hoje o que temos não nos atende para o mínimo desenvolvimento de competições oficiais. E é aí que está o problema.
O ótimo é inimigo do bom. Não precisa ser o Ibirapuera, nem o Adib Moysés Dib.
Se fala em novas categorias, novos esportes, blá, blá, blá, mas não atendemos nem o que já existe. Neste momento, precisamos de algo simples, mas que atenda minimamente a demanda esportiva já existente. Um ginásio simples, mas com dimensões oficiais, com vestiário, placares, banheiros, arquibancadas, copa e estacionamento.
Feito isto, aí sim podemos partir para um projeto novo, grandioso, do zero, para receber grandes competições de todas as categorias de esporte praticadas em Canela e todos iremos apoiar e aplaudir, mas, convenhamos, sabemos que um projeto deste porte não se realiza em dois ou três anos e até lá, precisamos jogar em algum lugar.
Reformar o Carlinhos da Vila ou comprar outro ginásio?
Sabemos que existem em caixa R$ 9 milhões destinados ao ginásio (ao menos gostamos de pensar que este valor ainda está lá, pois os esportistas lutaram muito por ele).
Sabemos que este valor não constrói um ginásio do zero e precisamos de uma estrutura para 2025.
As opções seriam a reforma do Carlinhos da Vila ou a aquisição de uma nova área.
Acredito que a Prefeitura deva reformar de qualquer maneira o ginásio da Vila. É uma tristeza aquele patrimônio sem investimento.
Mas, eu, pessoalmente (esta é minha opinião, não um doutorado sobre o tema, ok?), gosto da ideia da compra da Ingool. O ginásio é central, possui área de estacionamento, com alguns ajustes e poucos investimentos pode se tornar um belíssimo ginásio de dimensões oficiais e que contemplem todos os itens que não temos hoje.
Os R$ 9 milhões em caixa seriam suficientes para isso e teríamos o problema atual sanado.
Após, o Santa Marta pode voltar a atender a comunidade, afinal, faltam ginásios poliesportivos em Canela.
Feito isso, contem comigo para perseguir o sonho de termos um Ginásio Nilson Nelson ou uma Arena Olímpica como a de São Sebastião do Paraíso.
E, lembrem-se. O ótimo é inimigo do bom!