Caro leitor, o novo modelo de crédito consignado do governo federal, chamado “Crédito do Trabalhador”, já movimentou mais de R$ 3,3 bilhões desde o lançamento, em 21 de março. Essa informação já demonstra ainda mais o desequilíbrio nas finanças pessoais dos brasileiros.
Para você entender o modelo funciona como um leilão, permitindo que o empregado escolha a oferta do banco que considerar mais vantajosa, incluindo taxas de juros e prazos para quitação. O empréstimo consignado é um crédito que tem as parcelas descontadas diretamente da folha de pagamento do trabalhador.
Ele é uma modalidade de crédito com taxas de juros mais baixas que outras, como o empréstimo pessoal. Como garantia de pagamento, é possível utilizar até 10% do saldo do FGTS ou a totalidade da multa rescisória em caso de demissão. O valor das parcelas descontadas em folha não pode ultrapassar 35% do salário bruto.
O “tiro no pé” é que o CET (Custo Efetivo Total) mesmo com a garantia do FGTS ainda assim fica com o valor muito elevado. Lembrando que nele inclui não apenas os juros, mas as tarifas, encargos, tributos e seguros, sendo uma medida mais precisa, já que considera todos os custos adicionais. Então você que faz um empréstimo e só olha a taxa de juros fique ligado.
Sem falar que o trabalhador está financiando um valor que já é seu por direito, o que me faz questionar se o Governo realmente tinha a intenção de ajudar os brasileiros, porque apenas não liberar o saque do FGTS? Parece meio insano o Governo pegar o seu dinheiro para lhe emprestar com um juro que não é nada camarada. Você não pode pegar o seu dinheiro que é recolhido mensalmente, mas os bancos podem, entendeu?
A dor de cabeça vem agora, embora o crédito consignado traga juros teoricamente mais baixos, o trabalhador está, na prática, comprometendo seu próprio fundo de garantia. Isso significa abrir mão de uma reserva que poderia ser usada em situações como demissão, compra de imóvel ou aposentadoria. O que parece ser um alívio imediato pode se transformar em perda de segurança futura e uma vez efetivado é irreversível.
Fica a dica para quem for pegar esse ou qualquer empréstimo, entender a real necessidade de fazer isso, pois um dos princípios da educação financeira é não fazer uma dívida para pagar outra. Ao invés disso, é recomendado fazer renda extra, para pagar as dívidas. Por isso, evite um “tiro no pé” e uma bela dor de cabeça!