Saudade dos meus 15, 16 anos, da turma da Danton, daquela fase de começar a ir em festas, curtir com os amigos, se encantar pelas meninas. Eram tão poucas as preocupações, tirando as provas da Maria Alice e da Beatriz Vaccari—aliás, grandes professoras. Ao mesmo tempo, tínhamos turmas diferentes, colégios que rivalizavam, e os hormônios sempre a mil. Mas havia respeito pela vida dos outros, e não tínhamos acesso, na época, às redes sociais com tudo o que elas proporcionam, para o bem e para o mal.
O Portal da Folha soltou mais um fact-check sobre a guerra de gangues juvenis aqui em Canela. A realidade é que existem alguns focos de violência entre menores de idade que, mesmo não estando organizados e aterrorizando em massa, já começam a preocupar os pais e a sociedade.
Nesta mesma semana, tivemos a notícia da condenação de cinco adolescentes por espancamento de outro jovem na saída de um ginásio municipal. Com o acesso às redes sociais, essa gurizada recebe muita informação e tem liberdade para destilar ódio, além de marcar brigas por mensagens virtuais. O que me entristece é que alguns pais ainda protegem e tentam minimizar as ações desses piás, o que futuramente pode agravar ainda mais essas situações.
Recebi mensagens de algumas pessoas relatando que brigas fortes vêm acontecendo entre menores de idade em bailes funk itinerantes realizados por aqui, inclusive envolvendo um dos adolescentes que aguardava sua punição pelas agressões cometidas na saída do ginásio. Quando falamos sobre esporte, cultura e outras ações para tirar essa gurizada dos caminhos errados, o propósito é justamente reduzir situações como essas. Que todos os pais fiquem atentos e cuidem bem de seus filhos, sejam eles potenciais vítimas ou agressores. É em casa que está a maior responsabilidade de zelo por essa turma.
Faltou a Cereja do Bolo
Já elogiei a Páscoa em Canela. Apesar dos prazos exíguos, achei que foi excelente, refletindo nas diversas imagens legais que os turistas levaram de volta para seus lares—decoração, paradinha, praça bonita e cheia de artesãos. Mas a cereja do bolo, o Ofício de Trevas, não apareceu.
Oficialmente, a administração e a Secretaria de Turismo emitiram comunicados protocolares. Segundo informações de bastidores, questões contratuais que poderiam acarretar outros problemas legais levaram a essa decisão. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém, mas cancelar este evento de última hora não foi uma boa ideia. Muitas pessoas vieram para cá com a intenção de prestigiar o evento e voltaram decepcionadas, sem poder vê-lo.
Se esta decisão tivesse sido tomada mais cedo, quem sabe a iniciativa privada poderia ter abraçado a causa? Lembro que, dois anos atrás, aconteceu algo parecido no Natal, e a ACIC correu atrás e conseguiu salvar a lavoura. E quem também não gostou foi nossa Paróquia, que resolveu cancelar sua Procissão por precaução. São questões que precisarão ser ajustadas e melhor planejadas para os próximos eventos. Faltou a cereja do bolo, e ela era muito importante, não apenas decorativa.