Canela,

18 de junho de 2025

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Harpia desviada do Ibama foi usada em apresentações com ingresso em São Francisco de Paula, aponta PF

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Foto: divulgação

Polícia Federal indicia seis pessoas por fraudes no Cetas-RS; animal ameaçado de extinção era exibido em eventos comerciais na cidade da Serra

A Polícia Federal concluiu o inquérito da Operação Celeno e indiciou seis pessoas por envolvimento em um esquema de desvio de aves silvestres do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama no Rio Grande do Sul. Entre os investigados estão dois servidores do órgão ambiental.

Segundo a Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente da PF, uma harpia — uma das maiores aves de rapina das Américas e ameaçada de extinção — foi retirada ilegalmente do Cetas e levada por um criador para apresentações com cobrança de ingressos em São Francisco de Paula. A prática é considerada exploração comercial indevida de animal silvestre e viola normas de proteção ambiental.

Com isso, São Francisco de Paula aparece diretamente no centro do caso como um dos locais onde os animais desviados foram usados em eventos públicos, com fins comerciais.

A investigação revelou que o grupo utilizava a justificativa de “reabilitação de animais” para encobrir um esquema de fraudes, incluindo a emissão irregular de autorizações, manipulação de sistemas de controle e alterações fraudulentas nos registros dos plantéis no sistema Sisfauna.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Jeanie Tufureti, os envolvidos recebiam pagamentos em troca das autorizações. A quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça Federal revelou depósitos suspeitos na conta do ex-chefe do Cetas. Depoimentos de testemunhas colhidos no inquérito reforçaram as suspeitas.

A operação também resultou na apreensão de 342 aves silvestres em criadouros ilegais localizados em Porto Alegre e Arroio do Meio, com aplicação de multas que somam quase R$ 2,5 milhões.