Canela,

14 de novembro de 2025

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OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

O que que eu vou Fazer com a Tal Representatividade?

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Outro dia, conversando com o Chico Rocha sobre as sessões da Câmara de Vereadores de Canela, falávamos das suas peculiaridades. Toda segunda-feira surgem polêmicas, ações, reações, propostas, incoerências, bons discursos, discursos vazios… E às vezes bate aquela tristeza ao perceber que as coisas raramente são como gostaríamos.

Temos 11 vereadores na cidade. Confesso que não fui atrás para saber quantos têm ensino superior completo. Mas, analisando os índices de escolaridade no Brasil, vemos que apenas 56% da população concluiu o ensino médio (dados de 2024). Ainda temos 5,3% de analfabetos e menos de 20% com curso superior. Segundo a Agência Brasil, cerca de 29% dos brasileiros são analfabetos funcionais, têm dificuldades básicas de interpretação e aplicação de conhecimentos. Em Canela, os dados de 2023 mostram que estamos abaixo da média estadual e nacional, segundo o IOEB (Índice de Oportunidades da Educação Brasileira).

Estou dizendo que os vereadores se enquadram nesses números? Claro que não. Embora, vez ou outra, um ou outro pareça ter faltado às aulas de interpretação de texto e demonstre dificuldade em lidar com a realidade. Mas a população que os elegeu, sim, faz parte desse retrato. Logo, os vereadores são o reflexo lógico da sociedade que representam.

Precisamos cobrar mais escolas, mais qualidade no ensino e melhorias nos nossos índices educacionais. O turno integral é importante? Sem dúvida. Mas também precisamos de estrutura, boas condições para o corpo docente e um ambiente escolar que seja mais atrativo e saudável do que a rua e suas armadilhas.

 A Câmara de Vereadores de Canela precisa de pluralidade. Os bairros, as classes sociais e os setores como educação, saúde, cultura, meio ambiente e esporte devem estar representados. Os nomes eleitos são sempre os ideais? Não. Por isso, precisamos de gente preparada — e de eleitores conscientes, que saibam escolher com justiça. Quem sabe um dia chegamos lá.

Volta e meia escrevo aqui sobre nostalgias. Acompanho a política regional há menos de cinco anos. Antes, eram memórias de pessoas que conhecia: Olicio Port, Fernando Valle, Berenice Felipetti, Dirceu “Borboleta”, Inácio Oliveira e tantos outros. Não posso afirmar se antigamente era “outro patamar”, mas pelo que me contam, não era muito diferente do que vemos hoje.

Por isso, sigo repetindo: quem realmente precisa mudar, ao menos de pensamento, é quem escolhe os seus representantes.