Canela,

26 de dezembro de 2024

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Notas falsas apreendidas em Canela revelam livre comércio de falsificações na internet

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Em dois dias, a reportagem da Folha recebeu pedidos de amizades de falsificadores de cartões de crédito e documentos de identidade

A denúncia de uma ex-namorada levou a Polícia Civil de Canela a tirar R$ 17 mil de dinheiro falso de circulação. Além de apreender as 174 notas de R$ 100,00, a DP de Canela teve acesso a uma série de informações, como o perfil na internet que realizou a venda e como a dupla de jovens canelenses pretendia usar as notas falsificadas.
Através de outra fonte, a reportagem da Folha se aprofundou no assunto e descobriu que um terceiro indivíduo também havia participado da compra das notas falsas. Ele seria o responsável por esquentar este dinheiro, passando à dupla a quantia de R$ 10 mil em dinheiro verdadeiro, o qual seria usado para comprar anabolizantes no Paraguai e revender em Canela e Gramado.
A investigação não será conduzida pela DP de Canela, pois trata-se de crime federal, mas a ação da Polícia Civil revelou uma verdadeira rede de livre comércio de produtos falsificados pela internet, principalmente pela rede social Facebook.
A Folha também teve acesso ao perfil fake (falso) do Facebook responsável pela venda de notas falsas. Com o nome de uma famosa marca de roupas masculinas, o vendedor não esconde o seu negócio e ainda ostenta o volume de vendas na rede social. Ele se apresenta como presidente da Casa da Moeda do Brasil.
Através de um perfil fake criado pela reportagem, negociamos com o vendedor de dinheiro falso, de uma maneira rápida e fácil. A negociação parou quando chegou na fase em que o vendedor pediu o depósito do dinheiro. A reportagem encerrou a conversa e excluiu o perfil.
Neste tempo, recebemos cinco solicitações de amizade para perfis fakes de falsificadores.
Além de vender notas falsas, o presidente da Casa da Moeda tem companheiros de atividades que são amigos no Facebook. Também com perfis falsos, pessoas vendem cartões de crédito fraudulentos, documentos falsos e até sexo.
Todo o material da investigação da DP de Canela foi remetido à Polícia Federal de Caxias do Sul, que dará continuidade ao inquérito.

*Matéria publicada em 21/01,  na edição 195, do jornal Folha de Canela.

Pelo Facebook, negociamos a compra de R$ 6 mil em notas falsas de cinquenta