Canela,

3 de julho de 2024

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Até quando: moradores se sentem impotentes diante dos frequentes alagamentos

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Além do prejuízo financeiro, está perigoso. Um cachorro morreu eletrocutado na calçada. E se fosse uma pessoa?

Mais uma vez os moradores de Canela contabilizam prejuízos em razão de alagamentos causados após uma chuva forte, além disso, houve queda de barreiras no interior do Município, inclusive com bloqueios de algumas estradas, porém, a Prefeitura ainda não informou os pontos de obstruções de via.

Para a maioria, estes problemas poderiam ser evitados com ação da Prefeitura.

Residência invadida pela água na Rua Padre Cacique

Problemas antigos e conhecidos, que já beiram o risco da comunidade

Quem mora em áreas lindeiras ou próximas ao canal de macrodrenagem do lago, conhece há mais de 30 anos os problemas de alagamentos. Pontos críticos que, a cada chuva forte, causam prejuízos aos moradores.

Trechos no bairro Palace Hotel e próximos às ruas Sete de Setembro e Batista Luzardo, são os mais críticos, mas que também causam prejuízos na Vila Boeira e Bom Jesus.

Cachorro morre eletrocutado devido ao alagamento

Um cachorro acabou morrendo eletrocutado, na Rua Padre Cacique. Ele estava no passeio público quando foi atingido por uma descarga elétrica, provavelmente oriunda do motor de acionamento de um portão eletrônico. Mesmo o equipamento estado alto em relação à rua, foi alcançado pela água, causando o acidente.

O que já é lamentável, a morte do animal, liga o sinal de alerta: e se fosse uma pessoa se deslocando por esta calçada?

Na Rua Batista Luzardo, problema é frequente

Bairros São José e Saiqui também registram problemas

Diversas cidades do Estado registraram problemas com a chuva, porém, algumas situações como as relatadas na Rua Padre Cacique, são de conhecimento do poder público há anos, sem nenhum projeto para serem resolvidos.

Além disso, novos problemas são criados pela falta de planejamento ou serviços maus executados.

No bairro São José, após o asfaltamento de uma rua, a qualquer chuva forte os terrenos alagam. Um dos moradores relatou que a água chegou a alcançar os colchões nas camas. Segundo eles, isso não acontecia antes do asfaltamento e questionam a capacidade da rede de drenagem, que não é suficiente.

Já no bairro Saiqui, as obras da Corsan, de ampliação do aqueduto, fizeram a água invadir diversas residências.

Sensação de impotência

Na Rua Padre Cacique, diversas pessoas perderam o horário de ir para o trabalho, pois não conseguiam sair de casa. Carros alagados e que não funcionaram por conta da água.

Uma moradora questionou a reportagem da Folha sobre o que teria que ser feito para alguém tomar uma providência. “Já pedimos de todas as formas possíveis, mas nunca somos atendidos. Me sinto abandonada e impotente”, relatou ela.

Em uma empresa, próxima à Rua João Pessoa, a proprietária teve sua empresa alagada pela segunda vez em três meses. O piso flutuante e os móveis haviam sido trocados no último alagamento e agora foram novamente estragados pelo esgoto que sobe junto com a água da chuva.

“Quem vai pagar o prejuízo? Eu, novamente”, desabafou.

Sem perspectivas de melhoras

Conversando com pessoas ligadas ao Poder Público canelense, a reportagem da Folha percebeu que não há um projeto para resolver estes problemas, nem previsão financeira por parte da Prefeitura.

Pelo visto, os moradores ainda seguirão pagando seus impostos e a contribuição de melhoria sobre os asfaltos sem ter uma resposta aos seus problemas e aos prejuízos causados pela falta de ação do Município.

Existe ainda, além do prejuízo financeiro, uma questão de saúde pública, com o esgoto invadindo residências e contribuindo para a proliferação de insetos e animais.

Fotos: Reprodução