Chamou minha atenção uma notícia divulgada pela Prefeitura de Gramado sobre a limpeza que estão fazendo no lago do Carniel. A matéria, enviada pela assessoria de imprensa, diz que a Prefeitura está sendo acompanhada por um técnico ambiental. As marrequinhas estão sendo retiradas a pedido da comunidade que tem ali um local de lazer.
Já aqui em Canela, o lago do Palace Hotel, que, tomado de mato, se aparar as marrequinhas e colocar duas goleiras dá para jogar o varzeano lá, tamanha densidade da vegetação que cobre o espelho d’água. Vão ter que pedir um descapoeiramento do lago e não uma limpeza.
Além de feia e prejudicial, aquela vegetação ainda contribui para que o lixo que chega dos esgotos lá despejados fique por ali, preso nas marrequinhas.
Aí quando se fala em limpar o lago, “Deus me Livre!”, pecado, sacrilégio, é uma área sagrada de preservação ambiental “du” Canela. “APPzaça”, consolidada, ninguém mexe, ninguém tasca.
Deixa lá a estação de tratamento de esgoto de enfeite, com grana pública que foi pelo esgoto, literalmente. Deixa lá o material orgânico (cocô mesmo), se acumulando no leito do lago. Deixa o mau cheiro e os alagamentos continuarem, a “APPzona” é sagrada.
Pouco importa, dá preguiça de ver a inércia da área ambiental de Canela, que de tão lenta, parece uma lesma. Aliás, este bichinho deveria ser o logotipo do setor.
O controle da vazão do lago não está mais sendo feito. Sabe porquê? Porque se baixar o nível, seca a cabeceira do lago, que já está assoreado, daí fica feio. Azar se alagar as ruas depois do lago.
Aí não e pode limpar um canal para evitar alagamentos em Canela, porque dá autuação. Não se pode mexer no Parque do Palácio, outro sacrilégio.
Já em Gramado, pode! E ainda bem que pode. Eu não sei o que há de diferente depois do Carniel, se os licenciamentos andam mais rápido, se as questões comunitárias são mais importantes que protocolos e burocracias da Secretaria de Meio Ambiente, sei lá, mas pode. E olha que o lago do Carniel é infinitamente mais limpo e “APPzona” que o lago do Palace Hotel.
Entendo que devem haver mecanismos de controle ambiental, mas isso não pode ser desculpa. A Primeira Lei de Newton (Princípio da Inércia) diz que um corpo em repouso tende a permanecer em estado de repouso, a menos que exista sobre ele a aplicação de alguma força.
Sei que somente minha coluna de opinião não fará força suficiente para que esta inércia cesse, mas pelo menos os responsáveis sabem que eu sei e sabem que em lê esta coluna sabe também.
R$ 2 milhões para tirar o Arroio Santa Terezinha debaixo do terreno Rodoviária
![](https://portaldafolha.com.br/wp-content/uploads/2023/07/360-3.jpg)
Falando em canais de macrodrenagem, recebemos hoje uma sugestão de pauta da Comunicação da Prefeitura de Canela. Nela são apontadas diversas obras que se pretende fazer com um empréstimo de R$ 25 milhões, recém aprovado pela Câmara de Vereadores.
No bojo dos 25 mi estão pavimentação, escolas e postos de saúde. Que bom!
Mas, porém, todavia e, entretanto, me chamou atenção o valor de R$ 2 milhões para a canalização e macrodrenagem do Arroio Santa Terezinha para acabar com alagamentos na região central da cidade.
Falei com a Secretaria de Obras, com o Meio Ambiente e com o Planejamento. Ninguém soube me mostrar o projeto para esta obra. Ninguém soube me apontar os trechos que serão alvos da intervenção.
Curioso, uma obra de R$ 2 milhões e ninguém sabe onde vai ser executada. Pede-se um financiamento e não existe nem um pré-projeto.
Claro que muitos, ou todos sabem, mas não falaram.
Eu tenho um palpite. A intervenção será no trecho entre a Rodolfo Schlieper e a Danton Corrêa. Será bom para os moradores do local, que tem o arroio (canal de esgoto), passando por debaixo de suas residências. Muitas delas alagam em dias de chuvas mais fortes.
Só que jogo dois cafezinhos que a obra vai se estender para o terreno da atual rodoviária. Os mais antigos sabem que ele é cortado pelo canal. E sou capaz de apostar que se sobrar alguns trocados, vai ser mexido também na Casa de Pedra, aonde também o canal passa embaixo.
É bom lembrar que a Prefeitura quer vender o terreno da Rodoviária e conceder o da Casa de Pedra. Os investidores, com certeza vão querer fazer melhorias ali e um canal de esgoto (que em Canela é considerado “APPzaça”) é uma baita dor de cabeça.
Nada como uma boa obra pública, com muita vontade política para resolver este problema.
Ah, P.S.! Estou no bico da esquina da Júlio com a Dom Pedro II, viu? Qualquer coisa que acontecer por ali, que sirva de regra para todos os locais com situação semelhante aqui da cidade, já que o que aconteceu em outros locais com prédios chiques em Canela, sendo construídos em cima do canal, não foi usado para o bem comum (os bem comuns somos nós, o povo)!
PL do Centro de Feiras e Parque do Palácio voltou
A Prefeitura de Canela, assim como já havia dito o prefeito Constantino, voltou a protocolar um projeto de lei para autorização da permuta da área do Centro de Feiras pela construção de um centro de convenções no Parque do Palácio.
O texto tem algumas alterações em relação ao que foi discutido no início do ano, mas nada significativo.
A ideia do Governo é aprovar o PL antes do recesso legislativo, que coincide com as férias escolares de inverno (sic).
Assim como a minirreforma administrativa, jogo dois cafezinhos que este projeto será aprovado desta vez. A força da máquina pública é muito grande, às vezes, quem é contra é patrolado.
Por falar em Parque do Palácio, a foto abaixo mostra o lago de lá. Uma cerca divide o público do privado, mesma água. Do lado privado, espelho d’água, do lado público, lago sujo.
Ali também, se cortar as marrequinhas e colocar umas goleiras dá um campo de futebol pra jogar o varzeano.
![](https://portaldafolha.com.br/wp-content/uploads/2023/07/360-5.jpg)