Para acesso à Região, Gramado teria que construir ponte e asfaltar cerca de 20 km de estradas
O Secretário de Governo de Canela, Paulo Nestor Tomasini, apresentou e defendeu o projeto do Aeroporto Regional das Hortênsias, de Canela, na reunião realizada na última segunda (29), em Caxias do Sul. Segundo ele, o projeto de Canela está muito à frente do de Caxias e falta apenas a outorga do Governo Federal para que se iniciem as obras.
“Temos um fundo de investimento que vai viabilizar a construção do aeroporto de Canela, utilizando o mínimo de verbas públicas”, defendeu o secretário. “Recebendo a outorga do Governo Federal, poderia estar em funcionamento em menos de quatro anos”.
Segundo Tomasini, com exceção da outorga, todas as etapas que ainda não foram vencidas por Caxias já foram alcançadas por Canela. “Nós temos a demanda comprovada, Canela e Gramado, apenas com seu movimento turístico, já viabilizam o aeroporto, com utilização similar ao Aeroporto de Natal/RN, ou Montevidéu, no Uruguai”. Por outro lado, para justificar a construção em Vila Oliva, defensores do aeroporto em Caxias contam com a demanda turística da Região das Hortênsias, que não seria viável sem os acessos.
É uma farsa o projeto de Vila Oliva
Tomasini defende que o projeto de Vila Oliva é uma farsa, pois envolve diversos entes federados para a sua realização. Segundo ele, a desapropriação da área, que compete ao Governo do Estado, custaria mais de R$ 20 milhões. “Nós sabemos a atual situação financeira do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, é inviável que aporte este recurso para a aquisição das áreas. Já Canela, tem as áreas desapropriadas e praticamente todas já indenizadas”.
Outra questão levantada por Tomasini são os acessos. De Caxias até o local da construção em Vila Oliva são 30km de estrada de chão, que deverão ser pavimentadas pela Prefeitura caxiense, assim como mais 20km até a divisa com Gramado, na ponte do Raposo, sobre o Rio Caí.
À Canela e Gramado, conforme o exigido pelo Governo federal, ficara a responsabilidade de acesso desde o Rio Caí, com a construção de uma nova ponte de lá até o centro de Gramado. “Canela não tem como colocar recursos em outro município, é ilegal, logo, não terá como participar da ponte e do asfaltamento. Também não acredito que Gramado tenha recursos para, sozinha, fazer uma nova ponte, alargamento e asfaltamento de cerca de 20km até o Mato Queimado”, argumenta Tomasini.
Projeto pronto
A Prefeitura de Canela deve apresentar, nas próximas semanas, o novo projeto para o Aeroporto das Hortênsias, na Tubiana. O projeto moderno foi desenvolvido também com apoio de investidores privados e causa 60% menos impacto ambiental do que o original, desenvolvido há 10 anos.
“Nossa área está a 200 metros do asfalto, a menos de um quilômetro da ERS 235. É uma questão de sobrevivência para o turismo regional. A decisão por Caxias é política. Tecnicamente, todos os caminhos levam ao Aeroporto de Canela”, explica Paulo Tomasini.
“Não vamos desistir de nosso projeto. É uma pena que as outras cidades da região não abracem este projeto e passem a defendê-lo conosco, o próximo passo é buscar a única coisa que nos falta, a outorga do Governo Federal”, finalizou o secretário.
Suplente de deputado questiona a decisão federal
Entre os diversos políticos presentes no encontro em Caxias, estava Maurício Marcon, representando o deputado federal Marcel van Hatten, do Partido Novo. Em suas redes sociais, Marcon disse que Paulo Tomasini foi aplaudido após a apresentação do projeto canelense e se manifestou afirmando que, “em resumo, o aeroporto construído com dinheiro público deve sair em Vila Oliva, sabe se lá quando, e o projeto do aeroporto das Hortênsias, já pronto para ser construído, não será, pois a burocracia não permite. Essa é a triste realidade brasileira”.
O que o aeroporto de Canela já tem:
– Projeto: apresentado em Caxias, na segunda (29), o projeto de Canela é moderno e respeita o meio ambiente, com 60% menos de impacto em relação ao criado para a mesma área há 10 anos.
– Licenças ambientais: após longo processo, que envolveu até mesmo embates judiciais, Canela já tem vencidas diversas etapas, contanto inclusive com Licença Prévia da Fepam, que precisa apenas ser renovada.
– Acesso: a menos de um quilômetro do entroncamento com a ERS 235, a área de Canela já possui acesso pronto.
– Área desapropriada: a Prefeitura de Canela já realizou a desapropriação da área do aeroporto na Tubiana e grande parte dos valores já foram pagos aos antigos proprietários.
– Recursos: segundo a Prefeitura de Canela, o projeto conta com um fundo de investimento que vai bancar a obra até a sua operação.
– Demanda: Somente com a demanda da Região das Hortênsias, o aeroporto de Canela nasceria maior que o de Montevidéu, com 1,2 a 3 milhões de passageiros por ano.
O que falta para o aeroporto de Canela:
– Outorga: autorização do Governo Federal para a implantação de um aeroporto comercial.