Canela,

3 de maio de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Passou da hora de rever o Modelo de Distanciamento Controlado no RS

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A cada semana eu repito, aqui nesta coluna, que é preciso buscar o equilíbrio nas políticas de enfrentamento à Covid-19.

Minha posição tem custado, até mesmo, perder alguns leitores para o Portal da Folha, que não concordam com esta posição e não têm maturidade suficiente para separar o que é a OPINIÃO do jornalista e o que é INFORMAÇÃO, postada como matéria, mesmo ficando isso bem claro no topo e no rodapé da página.

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Chega a ser engraçado, ter que editar um texto destes, mas, nos últimos dias, parece ser necessário este tipo de esclarecimento.

Na minha OPINIÃO, isso ocorre pela politização da pandemia no Brasil. Em vez de travarmos uma guerra contra a Covid-19, cujas armas seriam: máscara, álcool em gel e distanciamento, ficamos divididos entre os que apoiam o Bolsonaro e os que são contra o Bolsonaro, entre os que apoiam o Leite e os que são contra o Leite.

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Como se isso trouxesse algum benefício para qualquer das partes. Também só falam em isolamento, quando o importante é o distanciamento, ou melhor, não ficar perto um dos outros, pois com distância dá até para trabalhar, vejam só, vou repetir: com distância dá até para trabalhar.

Concluo que a preferência política não nos deixa ver o que realmente interessa para todos.

É neste sentido que proponho o raciocínio que dá título a esta coluna: passou da hora de rever o Modelo de Distanciamento Controlado do RS.

– Ah, mas lá vem ele falar mal do Governador – dirá alguém nos comentários.

Sim, pois é dele, Eduardo Leite, que partem os protocolos que serão aplicados nas cidades, logo, é dele a responsabilidade, não há com quem dividir a culpa.

Leite deve ter se encantado com a mídia nacional, falando bem de seu modelo de distanciamento no início da pandemia, que parece não ver que tal modelo já se perdeu ao longo de um ano, tornando-se uma política autoritária e disforme.

O Governador escolheu o lado que mais lhe protege, o das restrições. Não há equilíbrio, não há diálogo.

Mesmo sem ajudar muito, na verdade, quase nada, o sistema de saúde da Região, Leite impõe às Hortênsias regras duríssimas, sem enxergar nossas particularidades.

Os prefeitos, sob pena de punição, devem executar os protocolos, chegando assim no episódio deste sábado, com fiscais hostilizados e um estabelecimento comercial multado em R$ 7 mil, em Canela.

Não há equilíbrio nas políticas de Eduardo Leite. Prova disso é que RS e SP, ambos governos do PSDB, com protocolos semelhantes, são destaques negativos em números de caso no país.

O Governo do Estado deveria repassar mais recursos para a Saúde, não apenas fazer mídia.

Em vez de oferecer migalhas aos empresários, o Estado deveria propor maneiras de driblar a crise econômica, buscar alternativas.

Um novo modelo poderia ser implantado, olhando e admitindo as características de cada região, com a participação dos municípios ou das regiões no gabinete de crise e nas tomadas de decisão.

Novos protocolos deveriam buscar o equilíbrio entre as ações que impedem o avanço do vírus e as atividades econômicas, de forma a atender, ao menos em parte, o pedido das diversas parcelas da sociedade.

Mas, isso demandaria espírito democrático e humildade em dividir os resultados, a partir da divisão das tomadas de decisão, coisa que o Governo Estadual não fez até agora e parece que vai continuar não fazendo.

Não se trata de abrir tudo e não se trata de fechar tudo, se trata de encontrar um ponto de equilíbrio.

Enquanto isso, IPVA segue sendo essencial, pedágio segue sendo essencial e a capa do Governo do Estado exalta o equilíbrio do fluxo de caixa.

Nós, nós seguimos brigando sem perceber tudo isso.

#pas