Canela,

4 de maio de 2024

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Falta de funcionários pode paralisar natação e outros projetos na Escola Neusa Mari Pacheco

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Educandário atende mais de mil alunos e não vê solução para o problema por parte do Governo do Estado

Uma das maiores escolas públicas do Rio Grande do Sul em estrutura física, vem sofrendo com a falta de mão de obra e de atenção da Secretaria de Educação do Estado. A Escola Estadual de Ensino Básico Neusa Mari Pacheco – CIEP, há quatro meses, conta apenas com duas funcionárias para limpeza e organização da instituição, que atende cerca de 900 alunos diariamente em tempo integral, e 150 alunos no turno da noite.

Além dos estudantes, os funcionários assistem também a um quadro de recursos humanos com 110 professores e colaboradores de secretaria, monitoria, entre outros. Pelo tamanho da estrutura física e por oferecer educação em tempo integral, a escola teria direito a, pelo menos, cinco funcionários destinados a limpeza.

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Segundo Márcio Gallas Boelter, ex-Diretor da escola, Vice-diretor do Ensino Médio Noturno, professor e pai de dois alunos do Canelinha, “as duas funcionárias que ainda resistem em nossa Escola são verdadeiras guerreiras e, infelizmente, estão adoecendo pela grande demanda de trabalho”.

Márcio relata que o Conselho de Pais e Mestres (CPM) atende as emergências, porém está inviável solucionar todos os problemas com a mão de obra escassa, sendo que o Estado deveria suprir essa necessidade. “A Secretaria Estadual de Educação não agiliza os processos de contratação de novos funcionários e não cria mecanismos para resolver a problemática. O argumento da mantenedora é que os processos burocráticos são lentos e que não há interessados em suprir as vagas necessárias”, completa o vice-diretor.

Conhecida por oferecer natação aos alunos em piscina térmica semiolímpica, a escola corre o risco até mesmo de suspender esta atividade, caso não haja intervenção do Estado. “Não restará outra alternativa à direção da escola a não ser suspender projetos como a natação, atividades esportivas no ginásio e outras”, justifica Márcio. Das duas funcionárias da limpeza, uma é responsável exclusivamente pela piscina.

Boelter foi diretor do CIEP de 2012 ao final de 2021, e, segundo ele, nunca se vivenciou algo tão aterrorizante neste quadro de funcionários. Eles não estão sendo valorizados em todo o Rio Grande do Sul, o que se torna desesperador.

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Sobre o CIEP

Em 2018, a Escola Neusa Mari Pacheco foi reconhecida pela Universidade de Coimbra, em Portugal, como Escola Pública modelo em parceria com a comunidade e, também, como destaque em Educação em Tempo Integral. São 29 anos ininterruptos com essa metodologia, servindo de modelo para várias cidades e estados brasileiros que se inspiraram no projeto.

No início do ano, a escola estadual ainda teve problemas com a falta de merendeiras para atender o “maior restaurante da região”, como define Márcio Boelter, já que mais de 800 alunos são servidos com três refeições, diariamente. Após muita pressão do educandário por meio da coordenadoria e da Comissão Estadual de Educação (CEDUC), o Estado designou merendeiras para a instituição.

Agora, outra intercorrência grave se desdobra pela falta de atenção do Estado com a educação pública.