Canela,

28 de março de 2024

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Por que o projeto do trem não anda?

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Índios moram no local e locomotiva vira varal

A empresa Nova Alternativa é responsável pela revitalização da área do trem, no centro da cidade. O projeto da Estação Campos de Canella prevê espaço para eventos e exposições, além da restauração da locomotiva e dos vagões existentes da antiga estação que reativará a história junto ao Museu do Trem no subsolo.

Quando de sua aprovação na Câmara de Vereadores, gerou comemoração, pois a comunidade imagina uma ação rápida e efetiva, visando contribuir com o desenvolvimento turístico e econômico de Canela, trazendo lazer e cultura para o centro da cidade.

Não foi o que aconteceu. Passados três meses e meio, nem uma telha foi trocada. A Secretaria de Turismo que ficava no local saiu dali e a antiga estação e maria fumaça com seus vagões está abandonada.

Para piorar a situação, nesta semana, uma família de índios resolveram ir morar na locomotiva, uma situação triste e inusitada.

DSC_0057Índios estão morando no trem

Como um dos últimos atos de seu governo, Cléo Port assinou em 27 de dezembro do ano passado o Termo de Imissão de Posse do Largo da Fama, terreno e prédio da antiga estação ferréa e mais de 1000m² da Rua Ernesto Urbani para a Incorporadora Nova Alternativa.

Com isso, a empresa já é responsável pelas áreas e a questão dos índios deve ser resolvida por ela.

Em conversa com o secretário de Turismo, Ângelo Sanches, na última segunda, nossa reportagem ouviu a preocupação em revitalizar a área, que, apesar de ser pública, não é mais de responsabilidade da Prefeitura.

Já a questão dos índios é mais delicada. A Prefeitura até pediu para que eles procurem outro local, mas eles se recusaram. Como eles são protegidos por legislação federal, somente a FUNAI pode tomar alguma atitude.

DSC_0063Enquanto isso, o local mais central de Canela, que guarda página importante da nossa história fica assim, servindo de varal.

O projeto que não sai do papel

Não anda! Em contato com a Prefeitura, a reportagem da Folha ouviu que o projeto tramita na Secretaria de Meio Ambiente e Planejamento Territorial, com a análise de licença de instalação e que não tem prazo para ter parecer.

Não se sabe se existem falhas no projeto ou adequações a serem feitas e talvez o assunto entre em pauta na reunião do Conselho do Plano Diretor na próxima semana.

Fotos: Filipe Rocha

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