Existe uma frase sobre os cinco turnos da mulher, da nossa monumental Fernanda Montenegro. Jornada dupla? Puro eufemismo. A jornada é quíntupla: mãe, esposa, profissional, dona de casa e ainda tem que ser pessoa, isto é, alguém que, além das funções que exerce, cuida de si, pensa em si.
É certo que nem todas as mulheres exercem todas essas funções, e, nos dias de hoje, com as variadas configurações familiares, a jornada quíntupla pode não ser exclusividade feminina. Mas não é difícil encontrar pessoas que são ainda mais múltiplas!
São elas: profissionais empreendedoras, mães dedicadas, esposas, namoradas, noivas, filhas, tias, sobrinhas, netas, madrinhas, dedicadas, lutadoras, subversivas, revolucionárias, pacíficas, fazendo o possível e o impossível para equilibrar as multifunções nesta jornada chamada vida.
São as superpoderosas das redes sociais, onde tudo é perfeito e colorido, as professoras das mais diversas matérias mesmo tento que estudar para ensinar, as motoristas com maior habilidade de traçar as rotas de trânsito com a menor distância de um ponto ao outro da cidade e com o menor tempo de percurso, as amantes sempre dispostas e apaixonadas, as amigas com os melhores e mais eficazes conselhos, as treinadoras de futebol, ou seja lá qual for o esporte escolhido pelo filho, enfim, muitas em uma só, isso tudo sem poder envelhecer, como se os sete dias da semana fossem sempre segundas-feiras.
Invadiram espaços públicos e privados, mudaram a nossa realidade, conquistaram independência financeira e psicológica, e ampliaram nossos horizontes.
Enfim, as mulheres se tornaram múltiplas e únicas.
Interessante seria que pudéssemos retratar todas essas mulheres e todas suas facetas aqui, em uma única matéria, mas é humanamente impossível. Desta forma, neste ano, a Folha elegeu três mulheres de nossa cidade para mostrar a realidade de quem se divide para somar, em um perfil de mulher moderna e atuante.
Veja a parte 2: https://portaldafolha.com.br/2018/03/09/multimulheres-parte-2-tamara-e-a-terapia-da-alegria/
