Canela,

16 de abril de 2024

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Luiz Antônio Alves: Canelenses de Coração

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O “bicho homem” é um andarilho. Em sua história sabemos de sua caminhada no planeta azul. Já na pré-história ele mudava de continente, enfrentava clima e ambientes hostis. Sua adaptação em novas terras foi o marco da sobrevivência. E ainda hoje o mapa das rotas migratórias e imigratórias é alterado minuto a minuto.
Essa jornada é feita de várias maneiras e às vezes são escolhas difíceis, como aquela travessia do Mediterrâneo aonde milhares de pessoas chegam a Europa fugindo de guerras e da fome. Ou, como acontece aqui ao lado na Venezuela e um pouco além na América Central. Num sistema onde tudo é mais normal, a escolha reside em função de oportunidades quando pessoas ou famílias inteiras procuram uma nova querência e trocam experiências e convivência com culturas diversas, mas que não são preconceituosas ou xenófobas. Trata-se de um desafio, pois às vezes não se sabe se o processo receptivo é acolhedor, se novas amizades surgirão, se existem parentes no novo lar e se as condições sócio-econômicas e políticas são aceitas. Tendo a mesma língua ou idioma tudo é mais fácil.
O título da coluna é um enredo cultural. Muita gente chegou por aqui vinda de lugares distantes, do Brasil ou do exterior. O pessoal vai chegando e gostando, e tem amor e integral participação da vida comunitária. Sua terra natal não é aqui, mas tem Canela no coração…
Isto vale para outras cidades. E quem se dedica a estudos genealógicos se surpreende quando num belo dia lista uma árvore de gerações a partir de um casal ancestral do século XVIII ou XIX. Na semana passada ao atender uma consulta de um confrade, busquei em meu banco de dados os descendentes do casal Manoel da Silva Vargas (do Lamego, Portugal) e Páschoa Maria da Ressurreição (açoriana, da Ilha de Santa Maria). Eles casaram no Rio de Janeiro e rumaram para o Sul onde seus filhos e netos viveram nas cidades de Rio Grande, São José do Norte e Pelotas. Encontrei outros descendentes em Canguçú, Mostardas, Porto Alegre, Vacaria, São Francisco de Paula, Cambará do Sul, Bom Jesus, Canela, Gramado e Caxias do Sul.
O grande Barbosa Lessa é um desses descendentes que deixou um legado extraordinário na cultura riograndense. Na amostragem que pode ser vista no meu site aparecem amigos como o saudoso Enor Finger e sua esposa Lucila Sgarbi, a Tropeira Mór, fundadora do SENATRO. Também com satisfação encontrei o amigo Darcy Valim de Lima (de Caxias do Sul) e Ivete Apprato Motta (do Alegrete). Entre os Genealogistas constam: Geder Luís Goulart Barbosa, Gustavo Lessa Pinto Duarte, Elisabeth da Rosa Conill e Elisabeth Beltran Garcia. E alguns sobrenomes de origens distintas e bem conhecidos fazem parte desta grande família: Barbosa, Duarte, Garcia, Finger, Ramos, Teixeira, De Boni, Campos, Schuller, Ribeiro, Carvalho, Palombini, entre outros.