Canela,

16 de abril de 2024

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Luiz Antônio Alves: GENEALOGIA NAS SALAS DE AULA

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Esta temática é por mim abordada há muitos anos. É uma visão do que tenho visto em muitas cidades do interior, o chamado sertão profundo do Brasil. A Genealogia não é considerada importante para a maioria, principalmente porque nos últimos anos vingou uma corrente que a discussão em torno da família e do seu passado nada tem a ver com as novas gerações.
Assim mesmo, escolas, professores e alunos têm construído ideias sobre a preservação de histórias de grupos familiares e suas múltiplas relações. É um encontro com valores e princípios básicos universais e fraternos que apoiam sentimentos nobres. Pelo menos uma vez por ano são escolhidas atividades destinadas aos jovens estudantes no sentido de conhecer e reconhecer a caminhada dos seres humanos pelo planeta. É um viés que alcança o conhecimento necessário da história e da cultura, além de fomentar a inteligência do tempo e do espaço na aprendizagem.
Assim, a comunidade escolar prepara exposições com fotos e peças antigas que enriquecem o conteúdo curricular com detalhes, hoje escondidos em lembranças do passado heroico do povoamento dos pioneiros nas regiões cheias de dificuldades e desafios de sobrevivência até chegar aos dias de hoje.
Para quem pesquisa árvore das famílias ou de um povo inteiro é possível verificar as ligações com áreas das Ciências Sociais que ajudam na reflexão sobre nossas origens. Geografia, História, Sociologia, Antropologia, Literatura e Direito são alianças pertinentes, além daquelas mais modernas como a Estatística, Ecologia (Biologia), Genética e Internet (para simplificar os sistemas organizacionais dos bancos de dados).
Em graus superiores, são aplicados novos métodos e técnicas como a Prosopografia (estudo das carreiras e posições de indivíduos na sociedade e sua influência); as redes sociais e sociogramas (contextualização das relações entre sujeitos do mesmo grupo estudado); linhas de tempo e variáveis relevantes de cada geração; movimentos demográficos, rotas, migrações internas e vestígios culturais. Tudo isto são ferramentas essenciais para conclusões mais sérias e com toque científico, quando agrupamos as famílias na História da Região, do Estado ou do País.
As artes, por exemplo, são manifestações que deixam gravada a marca de cada grupo social e, por definição, seu grau de interação com princípios e códigos vivenciais. As utopias como Paz, Liberdade e Democracia dependem de uma contextualização que segue um roteiro inexorável de decisões que incluem a permanência ou não na mesma cidade. Portanto, a Genealogia não é apenas uma colheita de árvores, ramos e linhagens, com nomes e sobrenomes. Ela vai muito mais além, dependendo do interesse de cada pessoa. Afinal, nossos antepassados merecem um lugar na nossa própria história?